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lirik lagu xoto – filho de ogum

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[verso 1]
que se cale quem fala de trabalho e nunca teve um calo
e calma a falar de humildade
sabem lá vocês onde é que eu tenho andado
filho de ogum, filho de ogum
há bueda tempo a alimentar uma fera
já tá no tempo de lhe meter o dedo na ferida
antes que ela saia da jaula pa se meter numa cela
se ela não sabe porqué que tá presa (nunca sossega)
sinto~me excomungado por ai sem singrar a gastar o que ganho
recusado por me recusar a ser usado
ordenhado como se fosse gado
cronometrado a um horário dum autocarro
ordenado pa ter um ordenado ando zangado (sempre)
querem~me ver a dizer obrigado?
obrigar~me a vergar~me como se não fosse um god?
mas alma livre não se mata feita na mata
na gambia à luz duma gambiarra
sempre tive conectado inclusive quando tive em declive
só que andava a fugir da chamada mas brada eu to firme (firme)
agora assumi que vim aqui pa batalha
se é pa ser é pa ser até ao fim
à na quer saber de nada ou nem vale a pena mê menine
das oito às cinco já eu tive, deus me livre
não vou ficar agarrado a uma mine (n’a mean?)
a desabafar que faço o sacrificio porcausa dum filho
a cometer o maior crime contra mim (suicidio)
acabar sem tentar ser aquilo que vim aqui pa ser
a ver os kilos a desaparcer
respeita o sk!ll, ‘tou aqui desde 2000
com o sem equipa a dar pica a stb (mas)
preferem~me ver no trabalho mais explorado da cidade
do que com um sorriso na cara (verdade)
e eu acho que há mais dignidade em roubar
no supermercado do que andar a ser avacalhado
(isso é que é palhaçada)
não quero parecer arrogante
oportunidade nem é bom nem mau
nesta crise eu sei que é sagrada
mas sucesso mede~se consoante o grau de felecidade
que se atinge e por si se espalha
há gajos c’a roupa mais cara, casa, carro e gajas
mas a trabalhar até a mão lhe atrapalha
homens feitos do nada que encalham na praia
mal se acaba a palha
firmeza no sonho, serás o unico apoio
depois do trigo do joio que te acorrentava
‘tou a seguir o meu desde a antónio arroio
se fosse p’ós vira casacas, hoje já nem cantava
haja saúde que a gente vai atrás do resto
e venha o ferro que se há pó gasto, um gajo faz rap
à cornada com portas emparedadas
touro é teimoso, dá~me um escopro, um maço, e afasta~te
se perguntas o que sou, nem sei bem o que dizer
nem o que faço ou o que fiz por prazer ou por dinheiro
nem o que ainda eide fazer
muito menos o que achavas que eu tinha que ser
mas talvez um dia fui quem tu julgaste
‘tou em paz c’o c’a tua ignorancia me chama
chavalo, eu sou o que eu me convencer
homem branco europeu, hetero s~xual
aqui ‘tou eu a representar o mal, mas
não há gravatas, há batas e fatos macaco
um operário especado em cansaço a pensar
em sopas e açordas que fazem milagres
familia que justifica estas biqueiras de aço
que me ensinam a honrar os meus antepassados
não fomos nós que conquistamos
[verso 2]
há um romance por escrever em cada olhar dessas avós
guerreiras em conserveiras e rainhas da monda do arroz
levaram a rojo familias inteiras no tempo da sardinha p’a oito
como será que se atinge o sorriso após uma vida de choro?
(com amor)
mas não há cá dignidade no mar
ou na obra, os cotas que constroem estes impérios do homem
têm costas com lombas, mãos tortas e trombas perigosas
quando morrem, onde é que vai a glória?
num livro de história de fora
as memórias desse homem que estorva e que aguenta nas costas
o peso dessa babilónia
(imagino~me um dia a desmantelar este imperio mundo fora)
e não vejo muita malta feliz em fábricas
malta fixe evita, víbora faz a guita e baza
dás por ti, as máquinas sugam~te a alma
na linha, há malta fora de série, mas a sério, baza
são cemitérios de sonhos e ninhos de lambe botas
ouve os cotas que dão moral ao potencial que arrastas
e quem diria que este servente até não daria um mau liricista
um dia destes (qu’é que achas)?
‘tava no brake, lembrava o recreio da escola
e parece que ‘tar de cana é tipo ‘tar na zona c’a rapaziada
se eu não me encaixei da primária à temporária
imagina onde é que eles queriam que ‘tivesse agora
por isso é que a batalha passa em não passar p’a judiciária
mão na massa ‘tá escassa
mas tenho planos p’a mudar a história
não acreditas em nada, mas rezas no minimo oito horas, brada
toda a gente sente por dentro o degredo que venera
mas só damos ouvidos à lógica
entre a droga e a obra, até ter dez mil horas no saco na parede
no mik, ou numa bola
toda a vida, toda a hora vendida
a conta gotas, nossos cotas até no sonho sonham c’as contas
se o teu neto perguntar:
“o qu’é que tu fizeste p’a impedir a terra de assim ‘tar?”
o qu’é que tu lhe contas?
que foste mais um sacrificado mas santificado seja o seu trabalho
não importa se és chefe, se és cumplice, se és esperto
se és estúpido, se és do sef ou era da pide
até as ss ‘tavam só a fazer o seu trabalho
e o sacrificio passa de pai p’a filho
haja fé nesse suplício de sísifo, é decisivo (já prefiro ser ícaro)
consigo ser produtivo no meu tempo livre
não preciso de ‘tar passivo p’a tar entretido
não vou passar a vida a fazer uma cena que odeio até ao tutano
só por causa do guito
mas já abraço a dualidade de onde venho
entre a serra e a portucel
quando fui forjado entre o verde e o cinzento
filho das duas em frente a um papel em branco
e a pressão que me passa, justifica~se c’a farsa da vida que leva
(eh eh eh) uma mentira pegada que começa a ser questionada
mal uma ovelha berra (behehe)
uma formiga na preguiça mete em causa o formigueiro
mas se a cigarra agarrada à guitarra, um dia faz dinheiro
já passa a ser respeitada, isso é que enerva
depois é vê~los a fazerem fila p’a me virem lamber a— (whatever)
qual é o partido que não segue o capitalismo? (diz~me)
a vender as nossas terras, praias, e serras
em troca de ordenados minimos
a gente trabalha p’a poder trabalhar
e ainda gasta o que ganha no que produzimos
e se o escravo se recusa a fazer parte, o que é que aconteceria? (criatividade) talvez toda a gente encontra~se a sua actividade imagina o milagre que isso seria
motivados por amor, não por guita
imagina o impacto que isso teria (ondas gama)
eu sei que eu não percebo de economia, mas
vou percebendo de espirito (pranayama)
e é um desperdicio ver reis e rainhas perderem~se em lojas
linhas e serventias
e por espelhos a índios, um gajo já dar por perdido o planeta
quando somos realeza divina, consciência infinita
e soberana à nascença
nada paga a quantia que apaga a tua essencia
arruma a ferramenta


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