lirik lagu um barril de rap – deus é estrangeiro
[intro]
– e vão gostar de saber que nenhuma abelha jamais tirou um dia de folga em 27 milhões de anos, uhl!
– vocês vão nos matar de tanto trabalhar?
– vamos tentar, hahaha
[verso 1: yank]
rá, o wolverine me ligou, estérico, querendo anestésico
se tava sabendo do corre do -n-lgésico
foi um monólogo, nem pedi autógrafo
meu silêncio foi seu próprio psicólogo
fez um discurso sobre estudo, concurso público
foi me dando um mal súbito
falou do seu cartão de crédito
seu casamento, seu alistamento no exército
era sábado cedo, só queria ficar bêbado, ver um filme inédito
deu angústia aquela história
bruxa, um banho de ducha na minha memória
precisava respirar esgoto
da janela da minha quitinete eu vejo o mar morto
fui na cozinha, vi minha sogra lavando a tampa antes de abrir uma lata de coca
meu filho, aqui ninguém gosta de droga
a gente só fuma e bebe quando joga
[interlúdio]
– esse sangue é do senhor?
– um pouco é
– não pode fumar aqui. tire o dia de folga, volte na segunda com roupas limpas. procure se cômpor
[verso 2: froid]
vou repetir: quase me joguei daqui da torre
foi aí que eu descobrir que zumbi não morre
só garis vem ali, feito fi do pobre
quero adrenalina, isso aqui é um porre
isso é mais drama, sim, faz favor, não torre
não dar pra competir com horário n0bre
eu tenho tic no meio do tac
na bota, toque
como eu me sinto?
não visto hippie nem hip hop
um doido falou pra mim que eu era louco
que ouviu de um maluco que eu tinha um surdo
eu tinha um pouco, ele lhe levou um susto
foi por impulso, aumentou o pulso, eu levei um soco
fratura exposta na carne viva
eu achei respostas, eu achei saídas e eu peço esmola
ela me namora, hoje tem visita
tanto fez te perder de vez, te perder de vista
[verso 3: sampa]
mais um grão de areia nesse deserto imenso e azul
o céu aqui é vermelho, eu no espelho não é quem sou
família, amigos, mulher
minha casa, meu deus, minha fé
o que mais vocês querem?
meus filhos me esperem
pois a minha alma eles não vão ter
porque eu vim me encantar com meu próprio cantar feito pra derrubar
já cai e não vi quem fechou e falou, me abraçou
“mano, tamo aí, pro que der e vier”
vai, guia não se abala
sintoniza, muita calma, frieza na calada
coitado, se atravessar vai se arrepender
não sabe da metade do que tu veio fazer aqui
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