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lirik lagu topo – fruto

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por quarto fases
perdes quatros faces
e o que é que fazes
quando esse tempo todo não volta mais?
em quatro partes tu partes em quatro lados
sabendo que és controlado
por algo que -ssombra o teu p-ssado
infância, p-ssa de dependência
independentemente de gente que não tem experiência
o que é a vida?
pergunta na ciência
e se não obtiveres respostas espera pela adolescência
faz a diferença não vás pelo que os outros pensam
pensa com certezas e não por outras cabeças
hoje é criança e amanhã por natureza, tu sabes
tornaste adolescente bem depressa
e as brincadeiras já não são aquilo que eram
de qualquer maneira apontam dedos quando erram
falam menos quando berram
menos os que esperam
que a idade também ande de acelera
e tu só andas apenas pela mulher certa
e agora mancas ‘tás velho e és uma merda
com vinte anos sentes que nada te completa
que tudo é uma treta
e a vida não tem uma meta
e para quem anda depressa, tropeça
continuando com pressa, escorrega
se tudo for aprendizagem deixa-me fazer rascunhos
e enfrentar todo este drama com comédia
mas aos quarenta aprendes outras matérias
tens filhos e não tens a mesma face dos vinte
a fase dos sarilhos já p-ssaram
tens uma família em casa
e quem ontem te cuidava
hoje em dia é cuidada
enquanto a idade p-ssa
vagueias no nada para te render luz e água
com contas que pagas
as mesma que te atrasam os problemas
como cartas carimbadas que não tardam
enquanto tu te marimbavas
os teus filhos já notavam
que o trabalho tirou-te todo o tempo que eles precisavam
já estás gasto e de energia fraca
desgastas-te com fracos e com companhias rascas
enquanto tu te matas
não vês quem tanto gostavas
acabas com um desgosto
e sofrimento na cara
pensavas que esse tempo te curava essas marcas
mas essas feridas quando ficam já não saram
fora as histórias da vizinhança
que mora ao teu lado
e sabe tudo o que se p-ssa atrás da porta
já te sentes cota por seguir a mesma rota
atrás de uma cortina com uma rotina morta
esperas a tua reforma aos sessenta
com migalhas que nem sequer te sustentam
pouco te resta na gaveta e lamentas
que para andares tu precisas de muletas
e o que era treta
teve afecto ao veres o crescimento dos teus filhos
no nascimento dos teus netos
sentir pela distância o que se guarda por perto
-ssim como uma lembrança guardada para todo o eterno
tempo
mas ele já não te dá conselhos
agora queres um corpo novo
por sentires o teu tão velho
já p-ssaste com três fases
e na quarta fase o espelho que te olhas
deixa-te um sorriso feio
e tu ostentas que aos oitenta
uma doença corre mal
precorres a várias crenças
numa cama de hospital
o anjo que te salva desse instinto prisional
é o mesmo que te leva de volta a sentir mal
o que te resta são lembranças
em corrida que não querias
fossem relembradas só pelas fotografias
o prato que cospias hoje servia de comida
se um dia tu soubesses distinguir a porcaria
daquilo que chamas vida
mas fazes birra
a esperança que tens vai e vem reduzida
o monitor cardíaco
acompanha a telefonia
quando apita e se pira mais uma velha cantiga
tu tentas ganhar forças
mas não podes colher frutos
o caminho torna-se escuro, sem luz
e com abutres
que vestem corvos de branco
para o dia da tua morte
deus batalha com o diabo
em troca do teu p-ssaporte
resta-te apenas raízes
que são todo o teu suporte
para teres mais uma fase com saúde se sobrar sorte
e se tudo o que viveste
origina depois pó
queres só uma quinta face
ou uma quinta fase só?
quantas faces é que tens?
não é tudo uma fase
és só um fruto
pensa nisso

refrão:

x2
já não tens face
foi tudo fases
e o que é que fazes
quando esse tempo todo não volta mais?
para onde vais?
nem tu próprio sabes
foi uma fase
que tu nem deste por essas faces


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