lirik lagu oswaldo montenegro – o sexo dos anjos
o s-xo dos anjos ‘inda não foi descoberto
a água do deserto nunca quis se revelar
a vida se revela quando o olho tá aberto
a vida nunca pede permissão para p-ssar
a borboleta azul na sua perna (atrevimento!)
achou que era um vale e nunca mais tentou voar
careca de peruca não resiste a pé de vento
a chuva nunca pede permissão para molhar
é que a chuva nunca pede permissão para molhar
o s-xo do poeta com a palavra vai dar certo
a língua portuguesa já é moça pra ‘casá’
e logo a tua boca grande vai chegando perto
o desejo nunca pede permissão para cutucar
se essa velocidade causa descarrilamento
não bota o pé no freio que é pro trem não capotar
não vale fazer gol se o cara tava em empedimento
o dia nunca pede permissão pra te acordar
é que o dia nunca pede permissão pra te acordar
o rio sinuoso vai transando com a campina
cavalo só tem crina pra você poder pegar
o cheiro do molhado já inundou tua narina
o beija-flor não pede permissão pra beijar
roqueiro quarentão aposentou seu instrumento
falou: “eu não agüento mais ser jovem, vou parar”
e a natureza doida pra tecer mais um momento
criou mais uma concha jogou na beira do mar
é que a vida nunca pede permissão para p-ssar
eu conheci um inglês que namorava madalena
e a flauta da pequena resolveu desafiar
ficou meio maluco meio rádio sem antena
deu um beijo na morena, resolveram se casar
e o branquela se casou com a mulata do nordeste
inglês cabra da peste, liverpool no ceará
tiveram quatro filhos: paulo, antão, zico e celeste
a flauta nunca pede permissão ‘pra’ pontear
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