lirik lagu nego preto np – bissexual (óbvio)
“pra que toda a causa, as pautas, os problemas et cetera, ganhem mais espaço. que a gente possa crescer como uma comunidade. pra que tudo isso que merece respeito realmente ganhe mais respeito.”
já chego confrontando mermo que aqui os bi têm voz
é nosso esse espaço, tamo com as preta e com as bixa feroz
plantamos a flor da resistência pra que aflore após
que isso não é um sub rap, é o próprio rap, então engole nós
fizeram a cultura ser um espaço fechado pro padrão
tem que ser tradicional como habitual, se é dos nossos, tchau, vão fechar o portão
dropei the chicken, pouco me fodi, que aqui é musique non~binaire
não tamo binário na vida, imagina no som
“e um salve especial pra toda a comunidade lgbtqia+ que resiste não só na vida como dentro do rap também, certo?”
e os cara põe gênero em roupa, gênero em cor, gênero até no odor
sempre posto numa caixa, biscoito ou bolacha, é hétero ou g~y, pelamor
eu não sou meio a meio, eu sou eu, sou biss~xual
existo igual, não me rotula com teu manual
se me vê de saia, de brinco, de esmalte e batom já pensa “será que esse é macho?
eu acho que é macho, bom, pelo menos eu acho, eu vi com mulher então tá bom”
é, sou um homem cis, e não porque quis, tem quem não se identifica
então respeita as trans e as travestis se não quer sair na bica
e não é só uma dica, então fica esperto, tua soberania acabou
não aguenta nem perder pras mina, imagina pro bonde que a gente juntou
“esse lançamento serviu pra que também? pra incomodar os incomodados. sim, essa corja de preconceituoso e otário do rap nacional”
ah, não, mano, é sério que a gente ainda tem que falar essa porra procês ainda?
que o rap de bi também é rap, mano, é óbvio
que o rap de trans também é rap, mano, é óbvio
que ouço as lésbica e aplaudo os viado, mano, é óbvio
que lgbt faz som pesado, mano, é óbvio
que estar no padrão te põe na frente, mano, é óbvio
que o binarismo é conveniente, mano, é óbvio
que nós é tirado de indecente, mano, é óbvio
que lgbt ainda tem que provar que é gente, mano, é óbvio
“vamos começar a pensar no que que o rap é de fato e pra quem que ele tá servindo, porque até hoje não tava servindo pra h0m~ss~xual, até hoje não tava servindo pra lésbica, pra bi, pra travesti e pra trans. até hoje vocês marginalizaram todas essas pessoas dentro desse movimento, e esse movimento é acolhimento, e a gente acredita nisso.”
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