lirik lagu mundo segundo – vida fácil
[intro: excerto do poema “a cena do ódio”, de almada negreiros]
“tu, que te dizes homem!
tu, que te alfaiatas em modas
e fazes cartazes dos fatos que vestes
p’ra que se não vejam as nódoas de baixo!
(…)tu que te dizes homem!”
[verso 1: mundo segundo]
não é quantas vezes cais, é quantas te levantas
quantas vezes sais para bulir até às tantas
só vejo gargantas, quantas ilusões de artistas
quantas inverdades em palcos e entrevistas
muitos destes putos não sabem o quanto custa
torram dinheiro sem poupar para uma queda brusca
meu deus até assusta, tal é o nível de ignorância
faço uma prece por estes jovens no jardim de infância
vejo a desinformação ser notícia do dia
dessensibilização, dormência e apatia
no mundo digital a estupidez é gratuita
na autostrada da informação a verdade não transita
cancelamento humano, o brilho do estatuto
mais um milhão se seguidores, figuras de culto
mais um cego sem visão, já homem adulto
transmissão na audição, o teu amigo oculto
[refrão: david cruz]
quem te disse que a vida era fácil
podes crer, enganou~te bem
a montanha só te torna ágil
se o topo não te faz refém
quem te disse que a vida era fácil
podes crer, enganou~te bem
a montanha só te torna frágil
se é o topo que te faz refém
[verso 2: mundo segundo]
não é quantas vezes cais, é quantas te levantas
quantas vezes sais para bulir até às tantas
para garantir que esse teto se mantém intacto
para garantir que esse feto nunca veja o saco
para que a família não conheça a visita ao domingo
quem joga com liberdade é raro fazer o bingo
na chuva de azar é raro passar entre o pingo
eu prefiro ‘tar na paz a fumar do cachimbo
a fazer da folha branca o meu único vício
e se for ‘pa partir ossos, que sejam do ofício
com o foco do início e a mesma fome de sempre
um passo do precipício encaro a morte de frente
e sem temer avanço, ‘tamos todos na fila
e eu jamais me canso de pôr no mapa a vila
enquanto o céu cintila por quem partiu na luta
carregas na mochila esse peso da culpa
[refrão: david cruz]
quem te disse que a vida era fácil
podes crer, enganou~te bem
a montanha só te torna ágil
se o topo não te faz refém
quem te disse que a vida era fácil
podes crer, enganou~te bem
a montanha só te torna frágil
se é o topo que te faz refém
[outro: david cruz e mundo segundo]
quem te disse que a vida era fácil
podes crer, enganou~te bem
a montanha só te torna ágil
se o topo não te faz refém
quem te disse que a vida era fácil
podes crer, enganou~te bem
a montanha só te torna frágil
se é o topo que te faz refém
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