lirik lagu língua franca – vivendo com a morte
[verso 1: capicua]
como é que eu vivo com a morte
como é que eu convivo com a finitude
como é que me pedem para ser forte
quando ela não respeita nem a minha juventude
não gosto do seu cheiro das flores meladas
do choro das velas, das noites p-ssadas em claro
é como um fumo em redor entranhado na roupa, cobrindo de dor
caixa preta, pesada ampulheta, guilhotina
ou meta é certa que não seja lenta
a minha, a de quem amo, a de quem não conheço
água gelada que encharca por dentro
a precoce, a injusta, a escusada, cruel
viver com a revolta, sem ter fé no céu
como? em perspectiva ou realidade somos
conscientes da mortalidade
como único animal, o único animal
somos o único animal, consciente da mortalidade
com é que eu vivo com a morte
essa que acentua o nosso privilégio
como é que eu vivo com essa sorte
e vou aproveitando o meu sortilégio
e quanto à morte do planeta
como é que se vive com uma arma na cabeça?
é
e quanto à morte do planeta
como é que se vive com uma arma na cabeça?
[refrão: rael]
levando uma vida, flertando com a morte
permanecer vivo é ter fé, não ter sorte
eu sigo protegido pelos meus ancestrais
a morte o levou mas a história os faz eternos
eu sigo protegido pelos meus ancestrais
a morte s levou mas a história os faz eternos
[verso 2: rael]
saudade de ouvir você dizer: “moleque!”
na verdade demorei pra fazer um rap
falando da lacuna que deixou
do semblante vazio quando o caixão se fechou
a morte quando vem ela nem avisa
carrega até quem ela nem precisa
carente de atenção ela ate-rroriza
a mente, o coração, que nunca ci-catriza
que nem miaque, irmão do mariano
pro time do loko um baque
até hoje se perguntando: “mano, o que é aquilo?”
que cena foi aquela
moleque novo, tranquilo, deixou uma menina bela
que falta faz claudinho, garguela
parece que a morte gosta mais de preto e de favela, porra!
são sempre os mesmos, encapuzados
vários disparos
e fazem como fez em costa barros
[refrão: rael]
levando uma vida, flertando com a morte
permanecer vivo é ter fé, não ter sorte
eu sigo protegido pelos meus ancestrais
a morte o levou mas a história os faz eternos
eu sigo protegido pelos meus ancestrais
a morte s levou mas a história os faz eternos
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