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lirik lagu incêndios – cadeiras proibidas

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imoral e desconfortável, agindo em referências
que tocam em baixas frequências pra invadir seu rádio
qualquer vírgula aqui percebida como desacato
é proposital, fruto da repulsa pelo fardo
viseiras e bloqueios, fogo por todos os lados
1:23 e eu me sinto no dia de lavos
palavra distorcida por vários, é complicado
manchetes feito machetes, dois gumes que cortam pra um só lado

cinzas de uma diretriz sujam as rimas que eu fiz
em agonia as ruínas do museu caído
pelas memórias que nunca quis, história reescrita com giz
falsos profetas, messias sobem aos céus como ídolos
e os vínculos que nos conectam são alvos, miras
unilaterais feito catástrofes em profecias
no ar o cheiro da tempestade que então viria
trazendo as consequências de uma hipócrita idolatria

minha sina é ódio e confronto não nego e ponto
meu nome na longa lista dos que alimentariam o fogo
perseguição e medo, modificação e nojo
gritos abafados de minorias virando o jogo
morte ao bolso deles, que deus tenha piedade do povo
letras regadas a pílulas que cantarei de novo
aos omissos de mãos atadas com nós demasiado frouxos
repito minhas palavras antes que só sobre pele e osso

nem faz sentido, vivendo uma vida de gado
venerando e correndo atrás do mais abusivo
repressão, repressão, repressão, repressão
se pá a gente merece

hoje minha resposta é intrigada
o tom da minha voz soa como apologia
confesso a raiva internalizada
não nego a frustração de segurar a mesma raiva todo dia
e a arte que pra nós é cura, pra eles é praga
que oxida, enferruja, definha todo seu maquinário
tô cansando de usar só o vocabulário
até a próxima eleição eu já gastei meu réu primário, porra

me diz que ainda tem alguém aqui
poucas balas me sobram, quem vai me carregar quando eu cair? isso se não varrerem minhas cinzas, é claro
minha alma repousando na mesma lixeira que quadros queimados a arte é resistência, tal qual minha existência
toda a turbulência é consequência dessa violência
perpetuada e promovida por essa vil presidência
que se firma a base de intolerância e displicência

nem faz sentido, vivendo uma vida de gado
venerando e correndo atrás do mais abusivo
repressão, repressão, repressão, repressão
se pá a gente merece

contagem regressiva pra memória entorpecida
da população suicida, se esquecer do seu passado
o fogo do museu também se mostra nacional
enquanto átropos nos encara com fios para serem cortados dicotomias que acabam com dinastias
servem de adubo pra quem confunde golpe com revolução, mágica interpretação, fatos checados em vão
máscaras no chão, vilões com o meu futuro nas mãos

talvez o ódio acabe sendo minha ruína
cultivando em mim o que repudio na atual vilania
mas se facas e pistolas não lutam de igual pra igual
soa b~n~l combater gatilhos com vãs filosofias
perdi ânimo e paciência, cês tão na presença
do que restou diante das brasas que aquecem o céu noturno minhas palavras rimam sem disciplina ou obediência
cuspidas feito balas de uzi pra matar sem rumo


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