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lirik lagu gac – vozes na luta – a luta dos bairros camarários

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[letra de “a luta dos bairros camarários”]

[narração: josé mário branco]
quando se construíram as fábricas no porto, há mais de 100 anos, vieram para a cidade muitos trabalhadores
eram eles que produziam tudo, era à custa do seu trabalho que os patrões conseguiam dinheiro para construir mais fábricas e a cidade aumentou
para onde foram morar os operários? nos seus quintais, que até ali serviam apenas para galinhas e flores, os senhores das fábricas construíram as ilhas
quanto mais casas, mais ganhavam, quanto mais pequenas, melhor. foi um bom negócio
em 1936, metade da população do porto vive em ilhas. os operários vivem nas traseiras dos senhores, sem água, nem ar, nеm sol, nem retretеs. as ilhas são um centro de doença e de miséria, a doença pega~se e os senhores têm medo, a miséria não é bonita e aos senhores não agrada ao espetáculo
a câmara é obrigada a fazer qualquer coisa
em 1958, foi aprovado o “plano de melhoramentos”. as ilhas serão demolidas, começam a fazer~se bairros para onde serão transferidos os seus moradores
os senhores ficam contentes, porque as ilhas já rendem pouco e os terrenos ficam outra vez livres. mas agora, não são galinhas nem flores, são prédios novos que ali se constroem e que rendem mais. as rendas são caras e só os ricos a ali podem ficar. e os moradores das ilhas vão para os bairros
apesar das novas casas terem sol, terem quarto de banho, são muitos os casos de resistência, frequentemente a polícia intervém, os moradores não têm direito a indemnização, nem podem escolher o bairro que mais lhe agrada, separam~se dos amigos, da família. a comunidade da ilha é destruída
as pessoas desconfiam e têm razão
nos bairros terão que cumprir um regulamento, haverá um fiscal que entra nas casas, que conta as pessoas que lá moram, que toma nota dos embelezamentos que elas fizeram à sua custa, que procuram os gatos sem licença, as galinhas clandestinas
a infração do regulamento acarreta multas, transferências de bairro, despejos
o despejo não tem recurso..
as primeiras lutas são contra os despejos. em setembro de ’73, no bairro da pasteleira, pela primeira vez, protesta~se coletivamente contra um despejo. em são joão de deus, em novembro de ’73, os moradores impedem um despejo
a camionete que transportaria a mobília para o canil
pois era para o canil que eram transportados os despejados e os seus haveres, essa caminhonete, dessa vez, foi vazia
em 30 de abril de ’74, os moradores de são joão de deus tomam a palavra e elaboram o “primeiro caderno reivindicativo”
iniciara~se o “movimento dos bairros camarários”, que em pouco tempo alastra a maioria dos bairros

[verso 1]
os fascistas cá do porto, fazem bairros camarários
escondem nossa miséria nas costas dos seus palácios

e opressão aos moradores, nas costas do alvará
a opressão tem mil caras, tudo rouba e nada dá
a opressão tem mil caras, tudo rouba e nada dá

a opressão tem mil caras, tudo rouba e nada dá
em portugal libertado tudo isso acabará

moradores, povo unido, tudo junto mudará
moradores, povo unido, tudo junto mudará
moradores, povo unido, tudo junto mudará

atiremos p’rá lixeira, a camionete e o fiscal
ajudaremos assim a libertar portugal

[refrão]
e gritemos todos juntos pra ajudar o movimento
abaixo o abel monteiro mais o seu regulamento
abaixo o abel monteiro mais o seu regulamento
[narração: josé mário branco]
a luta centra~se em dois objetivos princ~p~is: luta contra o regulamento fascista ~ não haverá mais fiscais, não haverá mais multas, nem transferências, nem despejos
a vida dos bairros camarários regular~se~á pela vontade dos seus moradores, luta pelo saneamento da câmara
abaixo o abel monteiro!
abaixo o santos silva!
fora com todos os que oprimem o povo, a luta continua!

[refrão]
abaixo o abel monteiro mais o seu regulamento
abaixo o abel monteiro mais o seu regulamento!


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