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lirik lagu detentos do rap – ruas de terra

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[intro]
vai pensando que tá bom negô
detentos do rap 2010
vai segurando

[verso 1]
a inocência se perde no p-ssar do tempo
e o aluno das ruas dita seus mandamentos
no excesso do beck, taques, baque, crack
playboy frente a frente, boy não reage!
rede globo, tela quente fonte de inspiração
aquele moleque das ruas de terra de nove milimetros na mão
sobreviveu varando duras madrugadas
hoje é algo do meio, barra pesada
dona maria tiazinha de periferia
entristecida com a cria ao mesmo tempo sorria
um sonho de casa própria geladeira
microondas e um carango na porta
uma conta recheada no banco do itaú

“playboy, playboy
playboy, playboy
playboy, playboy
vai tomar no cú”

aquele moleque das ruas de terra, agora é o cara
até os boys cresce o olho na sua caranga importada
roubo de carga, -ssalto a banco, tráfico de drogas
roleta russa, pixucão, p-ssou na prova
aquele moleque das ruas de terra conquistou seu lugar
no mundo do crime é de se esperar

[refrão]
vi um moleque -ssustado correndo na favela
mas sou feliz, por que também faço parte dela
e o playboy folgado, sorrindo da janela
aqui quem fala é mais um sobrevivente
das ruas de terra, ruas de terras

[verso 2]
playboy, playboy
nem tá ligado como é difícil
pra comer, pra vestir catando lixo
vê minha coroa o dia inteiro ajoelhada
pedindo pra deus pra que alivie essa cruz pesada
espere aí, escute aqui, ideia vai, ideia vem
se a ideia é essa mesmo irmão então eu vou mais além
d. maria, tiazinha simples e reservada
se humilha lavando a roupa da playboyzada
e quantas vezes encarando o dia no lixão
pedindo pra deus para que o marido sai da prisão
enquanto não acontece o moleque cresce
vivendo a realidade que muita gente esquece
no meio de prost-tutas, traficantes e ladrão
conhece as ruas como a palma da mão
aos 11 anos formado ladrão de toca-fita
aos 14, -ss-ssino de polícia
aos 18 perito geral, ladrão de banco
sequestrador profissional

[ponte]
“hoje minha coroa não sofre
comemos do bom e do melhor
temos uma conta salário
uma cobertura na morada do sol”

[verso 3]
aquele moleque das ruas de terra agora é o cara
neguim cabuloso, crime da mala
um belo dia frente a frente, patrão e ladrão
queima de -ssalto, cai pra dentro
sacode a mansão, enquanto o playboy gelado
tirava do bolso um rolex
aquele sorriso na mente do pivete
fez, voltar atrás, rever o filme de novo
só que sem maquiagem ao contrário
da globo, sem bala de festin
sem efeito explosivo, sem playboy pra sorrir
no final do filme e a vagabunda amordaçada
no meio da sala com um cadáver
forrado com joias raras

playboy, playboy
ri agora e chora depois
sem dinheiro, sem joias a morte ri pros dois
um, dois, um, dois evaporei, sumi no ar
um sorriso do boy eu acabei de rancar

[refrão]
vi um moleque -ssustado correndo na favela
mas sou feliz, por que também faço parte dela
e o playboy folgado, sorrindo da janela
aqui quem fala é mais um sobrevivente
das ruas de terra, ruas de terras

[verso 4]
quer um exemplo verídico, eu vou te dar
presta atenção no que agora eu vou citar
aqui são fatos reais, da vida de cão
não é o meu p-ssatempo, rima ou ficção
cotidiano violento, e de desigualdade
capão redondo, jardim angela
goianases, coabe 2, itaquera, francisco morato
ruas de terra! favelas o crime fala mais alto
se tem que ver o coro comer
santa catarina, tiradentes, mauá, abc
aquele moleque das ruas de terra, sobreviveu
mesmo da pior maneira aos olhos de deus

[refrão]
vi um moleque -ssustado correndo na favela
mas sou feliz, por que também faço parte dela
e o playboy folgado, sorrindo da janela
aqui quem fala é mais um sobrevivente
das ruas de terra, ruas de terras

[saída]
“ahh, como uma fênix ressurgindo das cinzas
certo mano?!
o juiz mais justo é o tempo’


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