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lirik lagu buster alx – escrutínio

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numa altura em que as pessoas comem com os olhos
eu decidi alimentar~vos a alma com palavras

verso 1

ninguém decifra a minha cifra tenho a visão dum profeta
eu tenho a tinta na cabeça como um escravo careca
só há vaia pra sinónimos a saliva nunca seca
és cobaia dos neurónios quando cuspo a biblioteca

sou do bairro que te afastas censuras sem escutares
por que sabes pra aproximar os fones basta colocares
solitário como lares noturno ativo como bares
aqui as bases são a kilos tu esconde os calcanhares

eles falam sobre as ruas e nunca meteram os pés
mas param com quem lá mora para ter boias em marés
de azar quando contar sobrе o bairro degradado
no ouvido sem agrado és mago não ser amago

costuram suas linhas sobrе assuntos invisíveis
bordam as nossas imagens para torná~las mas credíveis
concertos incríveis, audíveis níveis do reinado
se descobrem a careca questionam o teu legado

eu não caio no engano do gado minado
mina ao lado trabalho árduo com discurso leviano
livremente ocupo a mente desapareço como um vulto
tu cresceste és adulto já não prestas esse culto
falam sobre o lado oculto mas não deixam cratera
quem te dera desce a terra onde existe atmosfera
deixo a marca mais sincera com a pegada desta esfera
usam pretérito imperfeito por que sabem quem impera

refrão

venham todos para a festa e ponham as mãos no ar
se o assunto é dinheiro vais vê~los as festejar
esqueceram o hop vivem numa hipocrisia
a verdade é exposta quando a gente descortina

venham todos para a festa e ponham as mãos no ar
se o assunto é dinheiro vais vê~los as festejar
esqueceram o hop vivem numa hipocrisia
a verdade é exposta quando a gente descortina

verso 2

escrevo sem programação dou inicio ao universo
eu não meço maçanetas sou as chaves do meu verso
eles querem ter sucesso sem escrever em excesso
só cresce o melão quando a formula não obedece

uma métrica simétrica a estética é sintética
recorrem a mesmo fonte usam a mesma fonética
o rap não está fértil e só vejo inseminados
porque os putos de hoje em dia nascem todos ensinados
formados sem raciocino querem que tudo expliques
reagem a tua musica à espera que tu cliques
não peçam feats devoro beats não consegues perceber
a saliência da maça de adão a subir e descer

comia sopa de letras para enganar a barriga
aprendi a silabar quando a tia me batia
sentia cada batida sincroniza a melodia
após exposta no caderno foi assim a terapia

do rap no meu quarto agora corre na artéria
estudei toda matéria afastei a bactéria
caneta penicilina energia negativa
transformei em alcalina medida que me motiva

agora querem ser ouvidos louvados sem dar motivos
dizem que a boca é uma arma por isso andam os tiros
mas não matam ninguém são invólucros vazios
lucros das suas letras eu e leio em outros livros

refrão

venham todos para a festa e ponham as mãos no ar
se o assunto é dinheiro vais vê~los as festejar
esqueceram o hop vivem numa hipocrisia
a verdade é exposta quando a gente descortina
venham todos para a festa e ponham as mãos no ar
se o assunto é dinheiro vais vê~los as festejar
esqueceram o hop vivem numa hipocrisia
a verdade é exposta quando a gente descortina


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