lirik lagu zdr - mauá periferia
ressuscitado do inferno, tô de volta parceiro
depois de seis perdido na ilha, que pesadelo
trago no peito rancor, na mente a lembrança
intensa troca de tiro, viatura, ambulância
jardim itapark, aqui o clima é tenso
aquela senhora tirou do bolso o lenço
por causa da surra do marido alcoolizado,
por causa da morte do filho drogado.
a caminho da bocada, ou no boteco da esquina
é um dois pra subi ladrão, então não vacila
a realidade tá ai pra quem quiser ver
o pobre aqui só tem a perder
nos tiraram a paz, quebraram a trégua
mauá periferia, também é campo de guerra
o país tá uma merda, todo mundo reclama
do juiz ladrão, da falta de grana
pérai que grana? eu vou mais além quem tem, tem
psi, quem não tem rouba também!
e de quem é a culpa? todo mundo já sabe
ludibria, ironiza, fala bem da coabe
e te faz refém da injustiça, te usa como alvo
ibope pra policia.
olhe a sua volta tudo que gera revolta:
do tiozinho sem emprego ao moleque que cheira cola
o mesmo que pede esmola no vagão do trem,
pra não contar com parente, pra não contar com
ninguém
o alguém da vida louca parado armado de toca,
leva sua lata importada te dá cinco a queima roupa
depois te joga de boca numa quebrada qualquer
chuta sua cara, zoa sua mulher
no maior barato sem remorso, sem dó
sua vida cotada em 300gramas de pó
ó, fato verídico comum de se ver:
– empresário é vitima de latrocínio na região do
grande abc?
na favela sobrevive quem menos fala,
infelizmente quem predomina é a lei da bala,
não se envolva e viverá muito melhor,
o barato é louco e os malucos não tem dó?
periferia terrível pesadelo,
aquele que saca por último, é o que cai primeiro
pra aquela mãe, diz, total desespero,
a pedra mata seu filho, te põe de joelho,
no altar dona rita, reza baixinho
missa de sétimo dia do finado marquinho,
sei que não tá sozinho e pode ouvir minha voz
que deus te ilumine e não desampare a nós
a nossa sina aqui não é ser estrangeiro,
nem pagar de importado, aí, ouro ou modelo
a tiazinha morreu, seu zé perdeu os cabelo,
quando soube que a filha trabalha no puteiro.
de uns tempos pra cá se tornou mãe solteira,
com três pra criar, mano, não é brincadeira,
a pm daqui levou sua esperança,
seu marido tomou nove correndo atrás da bonança,
agora o programa paga sua faculdade,
culpa do governo que gera desigualdade.
pra mim tanto faz não julgo ninguém,
cada um, cada um, sabe o valor que tem!
porém, a desgraça invade o lugar,
melhor não se envolver, melhor evitar
pra poder escapar das armadilhas
a pilantragem aqui te puxa noite e dia,
jardim primavera, corre-corre, agonia,
três corpos no chão dentro da pizzaria
faço prece a deus, que não me deixe sozinho
que me dê uma luz, me mostre o caminho
e leve daqui toda impureza,
revolver, crack, conhaque, back, farinha e cerveja.
e que sempre proteja aquele que estiver sentado,
hoje no banco dos réus do mundo globalizado!
na favela sobrevive quem menos fala,
infelizmente quem predomina é a lei da bala,
não se envolva e viverá muito melhor,
o barato é louco e os malucos não tem dó?
tipo -ssim,
dez da manhã o sol racha o coco, bom dia vietnã,
os guerrilheiros se tornam incapaz
de alcançar a fronteira da paz,
mais, sempre mais, é, muito mais,
pra ele nunca tá bom, pouco não te satisfaz
é o destaque da quebrada, vôo última geração, rr
importada,
pura humildade, proceder at-tude,
não rouba pro pobre não, não é robeen hood,
muito menos se ilude com uma par de arrasto,
tipo o zoião da rua de baixo,
que deixo mó embaraço de sofreu a conseqüência
deu bica nos mano, na fita da agencia,
erro sem clemência vai ter que pagar,
e o inferno é o cativeiro aonde vão te alojar
o vento espalha o mau cheiro,
da onde vem? sei lá, é só lixo ac-mulado,
a tendência piorar.
dia após dia ouço a tia reclama
da falta de dinheiro, da podridão do lugar,
cotidiano urbano, difícil relaciona
você se faz holocausto da própria periferia
da dona de casa, ao maluco da correria
o seu comercio ilícito da guerra fria,
eu tenho o dom da palavra, louvado seja o senhor
purifique a alma do mero pecador
que já empapuço de receber más noticias
iml, repórter, rota, perícia
já tô preocupado com a situação,
traficante, ladrão, policia, estorsão
qual a solução? não sei, quem vai saber.
só mesmo deus, irmão, pra nos proteger!
na favela sobrevive quem menos fala,
infelizmente quem predomina é a lei da bala,
não se envolva e viverá muito melhor,
o barato é louco e os malucos não tem dó?
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