lirik lagu todos os sonhos - espólios / restos mortais
[estrofe i]
yeah!
é um traço despegado, ao lado, atirado ao cimo do pálido relento
pregado e desfasado sob encalço, embebido no cálice do sofrimento
ânimo rasgado, coração fissurado e desligado do átrio dos sentimentos
rosto listrado, amargurado e amolgado, fendido nas vísceras do érebo
de mãos dadas com a pobreza aos 5 anos forçado a crenças
seu apedeutismo em fúteis rezas ao indagar o não-ser em igrejas
com tua indiferença oh omnisciência! sentiu na alma a pastoral prepotência
ainda de mãos dadas com a pobreza ao menos sessaram-se incrédulas crenças
parido no berço do conformismo livre pensamento nunca existiu
ao buscar o perfeito equilíbrio a alma budista jamais prescindiu
já foi tentado pelo marxismo, nem o ateísmo no fim o atraiu
perdido em vielas do misticismo foi cauto e a incúria em si não eclodiu
gentio e insano, pra aculturados ruma sem rótulos em calhes inóspitos
flui certo mesmo errado e no erro insiste se der pra o torto
sujeito ao amor e seu frac-sso, reprime os intentos auspiciosos
a morte é um estado mental desligado, então lá nunca achará conforto
[refrão i]
eu sei que vou a beirar o fim
esc-ssilhado sem celas de mim
dores não mais as sinto dentro de mim
tornaram-se indiferentes no crepúsculo natalino
são meus minutos finais
e lágrimas nunca aliviarão meus ais
quando o crepúsculo invadir meus ares
lá irei descansar os meus restos mortais
[estrofe ii]
queres conhecer-me? atente os versos. dá mais valor ao que minha alma extrai
submeti-me ao ódio dos avarentos com introspecções materiais
do oxigénio já nada anseio, é a re-ascensão dos restos mortais
honorificado pela luz do inferno ao declinar graça do pai
jacente a deriva nas ansas do vácuo, razão para brio eu não sou pra minha mãe
filho da luz do anjo mais insano, mas dentro de mim tem sua humanidade
aferrolhado pelo p-ssado, mas nem o ódio me tem comandado
sofro na carne, aguento o impacto e derribo quiméricos mundos macabros
não me arrimei ao alcoolismo, nem me depus a drogas terrenas
sou mais forte que vosso humanismo, vossos defeitos e vossas gangrenas
rimo vivências, sempre incisivo, pra os campos elísios eu mando os diademas
são fragmentos que saem do íntimo que ao ritmo alquímico demudo em poemas
hoje sem quaisquer amigos trago o eu e o meu íntimo
sem rastos nestes trilhos do crepúsculo natalino
figuram-me ateu? foda-se isto… d’us existe!?… e eu com isto?
se o inferno for o meu j.a.z.i.g.o. levarei milhões comigo
[refrão ii]
eu sei que vou a beirar o fim
esc-ssilhado sem celas de mim
dores não mais as sinto dentro de mim
tornaram-se indiferentes no crepúsculo natalino
são meus minutos finais
e lágrimas nunca aliviarão meus ais
quando o crepúsculo invadir meus ares
lá irei descansar os meus restos mortais
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