lirik lagu sarcasmo - casa do povo
[verso 1: haka]
passo na casa do povo da zona onde vive quem
tem bagaço e tabaco, nada mais ou pouco tem
nem comida nem cama tem, só quando vão de cana
aqui a fuga do quotidiano é quotidiana man
a mesa nova é boa, quem fode o pano voa
mais um mexicano na zona com taco na boca
soco na fuça de quem pausa de fato
o teu ipod fodeu~te a mesada, aqui é quase dado man
da minha idade não bazam do básico
matriculam~se e não bazam do part~time no pátio
quando passam do tempo só vazam massa e cimento
e não bazam da casa do povo onde o pai passava tempo
sem cabelo nem pente, fica um fiapo cinzento
naquela casa tem fama quem tem o dentе da frente
na cave não passa o tеmpo e mesmo sem tv mano
vai o guito quase todo p’ra texas hold ’em
[refrão]
o imundo, o ruim e o porco… casa do povo!
o sujo, o cinzento e o roto… casa do povo!
o perdido, o achado e o podre… casa do povo!
é a casa do povo, casa do povo
o imundo, o ruim e o porco… casa do povo!
o sujo, o cinzento e o roto… casa do povo!
o perdido, o achado e o podre… casa do povo!
sê bem~vindo à casa do povo, casa do povo
[verso 2: sarcasmo]
‘tás cá no tasco? tinto ou branco é barrasco
tipo abafado d’enfrasque, aqui só se sai de arrasto
e ‘tá de rastos, se dás p’ra mau comparsa
só não há pau no espaço
porque já ninguém consegue levantar um braço
é a vida na casa do povo
álcool, dívidas e jogo, nada de novo, velhos e podres
a dividir o dia entre vinho e tijolo
vem ouvir a sinfonia do arroto se és tolo
gole a gole aqui vai~se gastando todo
o guito do mês numa noite, só p’ra beber um pouco
mesmo à porco, família é coisa de doidos, p’ra eles vê se depois
de onde não come um português não comem dois
são horas e horas na casa do povo
onde homens se perdem todos por um pouco de lodo
mas p’ras mulheres é que cai o molho
o que eles perdem elas perdem, dente por dente, olho por olho
quê?
[refrão]
o imundo, o ruim e o porco… casa do povo!
o sujo, o cinzento e o roto… casa do povo!
o perdido, o achado e o podre… casa do povo!
é a casa do povo, casa do povo
o imundo, o ruim e o porco… casa do povo!
o sujo, o cinzento e o roto… casa do povo!
o perdido, o achado e o podre… casa do povo!
sê bem~vindo à casa do povo, casa do povo
[verso 3: spasm]
boa noite povo. quem me paga o copo de hoje?
que o mês não findou ainda e já não tenho trocos
fui à colectividade, que a casa estava
fechada, vocês sabem, o sol ainda raiava
a colectividade da cidade ao pé da casa
só serve p’ra classe alta, na casa ninguém lá passa
p’ró povo só passa a passa, e o vinho rasco
é escasso, que aqui só bebes o rasco do rasco do tasco
cheira mal, dizem, não que tenha notado
que o meu copo sempre cheio deixa~me anestesiado
e eu não masco, ninguém masca uma pastilha no fim
o hálito é habitual tal e qual morrer aqui
a minha vontade às vezes era saltar de uma ponte
mas lamento, não há pontes na casa do povo
enquanto escrevo tudo torto no papel onde aponto
procuro novamente a ponte, e não há ponte p’ra o consolo. não!
[refrão]
o imundo, o ruim e o porco… casa do povo!
o sujo, o cinzento e o roto… casa do povo!
o perdido, o achado e o podre… casa do povo!
é a casa do povo, casa do povo
o imundo, o ruim e o porco… casa do povo!
o sujo, o cinzento e o roto… casa do povo!
o perdido, o achado e o podre… casa do povo!
sê bem~vindo à casa do povo, casa do povo
[scratch: dj profail]
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