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lirik lagu sabotage - país da fome (demo)

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país da fome

[intro]
aê irmão
o negócio é seguinte
esse som aqui é dedicado à ivonete mateus de melo
e sérgio mateus dos santos
minha coroa e meu irmão, que deus o tenha

aê, e pra todos os irmãos que perderam alguém
tá ligado, a perda
conviver com a perda não é tão difícil assim
se pega com deus porque
aquele que foi
tá do lado do senhor, morô?

[verso 1]
não só o lokinho e o pisquila jaz
senhor, a dor dos seus herdou, ao menos peço a paz
o pobre réu agora é fel perante os animais
em que a bela vira fera e mais

jão, até me lembro do passado
vários maluco lá em casa, o clima andava embaçado
só ladrão de mil grau, o clima era do mal
esquenta o prato, estica, serve o crime na moral e tal
mó motivo tá chamando o 12
é, se os homi invadisse ia catar um monte
é ladrão: teve uns maluco que assinou e foi de bonde
uns do canão, uns do bronx, uns da conde…
louquinho, meu melhor amigo até hoje
aderiu o 157, não quis pra ele o 12
é, não precisou ter currículo de ladrão, tipo
pra ter respeito ou admiração
igual muitos por aqui, o louquinho pensou alto
vendeu umas frutas, tomou conta de carro
aos doze ratatá, aos quinze quis parar
aos dezesseis dizia que a branca pro crime só atrasa
deu orgulho forte;
pro arrebento nunca foi com lóki
n0bres falava a seu respeito pela ordem
nas noites frias, na fogueira, assalto era meu tema
pra quem nasceu na sul sofrimento é evidência
aqui não tem paz, aqui não tem sinceridade
não tem nenhum filha da puta sem maldade
necessidade na espraiada, o crime em sua porta
também polícia, revólver, droga, caminho da roça
é óbvio que aqui as estatísticas me diz da miguelagem
ou então já sabe, só no sapatinho
jamais irei dar mi, eu sempre penso assim
quem não pode errar sou eu, que se foda o zé povim
na humildade, posso até conseguir, aviso em mente
oxalá nos guia aqui permanentemente
zé povim tem um olho ardente, às vezes complicando a gente
só pra te fuder liga pro deic
eu vi em maus lençóis, vejo você tão de repente
lá no brooklin, bronx, é, pedrinha ou então itapevi
não gosto desse filme, o roteiro é foda, nem me liga
ser uma vítima do crime genocida
crocodilagem, traição, revolta, droga
falsas amizades e as biatch em sua volta
envolvimentos com outras quiçaças, ação cinematográfica
enquadra a barca, cantou, cromada
quando voltava lá pra casa comentava:
“o crime, jão, profissão de cão, emboscada”
quando voltava me dizia emboscada, dizia que o crime é sempre uma arapuca armada
primarião que mete a cara, disposição vai em parada
vai em duas, três, cai, responsa que pára várias
quando cai, muitos deles se apavora, mata
guerreiro que não é guerreiro vaza, só viaja
não gosto desse filme, o roteiro nem me liga
ser uma vítima do crime genocida
[refrão]
ah não, mãe, me dê a bênção
eu sei que o medo não é mesmo lugar perfeito pra guardar as horas
sul, sampa, brasil, aqui sem a senhora
pra mim tô vivendo no escuro, não faz muito tempo que o deda foi embora e é foda
quando eu me lembro da senhora, o medo é o zé povinho
mudam da água pro vinho, engorda os zói e atiram
e dão chapéu em si mesmo, pelé
alguns espancam, enche a cara, outros que matam mulher
várias vezes vi na sul, não faz nem um mês
o binha chegou lá em casa ligando o bagana tomou seis
disso eu citei, maurim pagou de xu que eu vi, jão
se eu descolar quem o matou não tem perdão

ah não, senhor, me dê mais fé
eu vou vivendo pelas ruas no meio de um exército
mais vale a fé aqui no brooklin sul
vou vivendo pelos cantos, desviando dos escombros
de onde eu vim, ladrão, milhões tem filho
nasce, dez de uma vez, noves foras vai
justiça, atitude, meu pai
hoje a chave, segredo, eu sei, posso viver bem mais

[verso 2]
só não queria que o naldinho fosse nessas
conheceu cola, brisou lá do pó, parou na pedra
foi tipo essas, não se brecha, atitude apressa
foi encontrado em são luís, alvejado, mechas
eu percebi, depois que atira, tomba vários, jaz
a morte do eduardo fez do louco um mau rapaz
espécie em extinção, branco com sangue de preto
são dimas, santo ladrão, ajuda os parceiros
desconfiado o tempo inteiro, na favela eu vejo, agora disse:
se for pra catar só vai com o neno
isso ele disse, me dizia o tempo inteiro
b.o. no pente, saudade invade o louco, dor na mente
sempre se dizia catar, se dava um breque, mente
agora o trampo é grande, tem mais de vinte, quinze
e do canão só tem o louco e o pisquila, vixe
campo de quebrada, fora da quiçaça
chácara alugada, outra função o esperava
algo saiu errado, o louco me ligou, deixou recado:
“maurim, tá tudo embaçado, vai vendo; meu chegado, tudo errado;
eu disse: tudo acabado; dessa orquestra o maestro aqui não presta, só o teclado
vou desligar, tô atracando no pedágio
tô de picape, duas nove, trouxe o baby e um colete falcon
se liga tio, cuidado interlagos, vê se nunca fica, tio, de chapéu atolado
fica em paz, eu vou com deus”
aê loko, fica com deus também
saudade, que os anjos diz amém

[verso 3]
de bode no barraco, acordei, peguei meu pré~pago
li a mensagem, liguei, porém só dava ocupado
tô preocupado, o louco, na profissão macabro
dessa vez o judas o pegou pra juca, fez boato
sacou, não matou, perdoou, não foi perdoado
lembrou lembrei que o tio falou: ladrão bonzinho é fraco
não bate boca o juca; o judas diz quem tá de boa aqui é merda, jão, não vai ter essa briga à toa
sai fora, as horas passa, volta com mais três na bota
a casa ele alugou conhece a porta
das chaves tem a cópia; é rastejante como cobra
o errado ali de volta com mais três e de voz grossa
louco, fumando um cigarro e sem camisa
no quarto, um olho aberto outro fechado está o pisquila
na terra sobreviver de guerra é só carniça
sem que se esperava o louco toma o primeiro
ainda tentou atracar com o terceiro, o qual não deu nem tempo
pisquila saca, troca, pinota, compensa, pensa
grita pelo louco que já morto não responde
lembra alguns malucos que invadiram o interior da sala
na porta do seu quarto ouve passos, bala~bala
alguém se pá que mete a cara, é

[ponte]
boatos são boatos, quem vive é guerreiro
favela do canão, o herdeiro é o primeiro
boatos são boatos, vive o guerreiro
favela do canão, só vive o bom herdeiro

[refrão]
ah não
mãe, me dê a bênção
eu sei que o medo não é mesmo lugar perfeito pra guardar as horas
sul, sampa, brasil, aqui sem a senhora
pra mim tô vivendo no escuro, não faz muito tempo que o deda foi embora e é foda
quando eu me lembro dá saudade, o medo é o zé povinho
mudam da água pro vinho, engorda os zói e atiram
e dão chapéu em si mesmo, pelé
alguns espancam, enche a cara, outros que matam mulher
várias vezes vi na sul, não faz nem um mês
o binha chegou lá em casa ligando o bagana tomou seis
disso eu citei, maurim pagou de xu que eu vi, jão
se eu descolar quem o matou não tem perdão

se~nhor, me dê mais fé
eu vou vivendo pelas ruas no meio de um exército
mais va~le a paz na sul
vou vivendo pelos cantos, desviando dos escombros
de onde eu vim, eu sei, milhões tem filho
nasce, dez de uma vez, noves foras vai
justiça, atitude, pai
sei, é chave, é o segredo, eu vou viver bem mais
paz, pai, paz, pai, paz, pai, paz, pai, paz, pai, paz, paz, paz, paz, pai


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