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lirik lagu reflect - redundância crónica

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[gijoe]
estou a cuspir os ossos, posso senti-los a tresp-ssar-me
como chuva num dia cinzento, eu só importo aos inspirados
arranquei três malmequeres, eles não me querem e eu quero
eu não presto, ninguém presta, ou sou uma besta ou uma iluminada

[w-magic]
estou a cuspir os ossos, posso senti-los a tresp-ssar-me
estão a rasgar-me o pescoço, fica difícil falar-me
cheiro a vazio por dentro, ninguém está interessado
como chuva em dia cinzento, eu só importo aos inspirados

constrói o que tu queres, mas eu não sei o que é que eu quero
arranquei três malmequeres, eles não me querem e eu quero
tenho a mão cheia de neuroses, tenho os chacras desalinhados
tenho feridas pelas costas, cozes, ou abres os cortes de lado?

eu sinto que não sinto, é triste, sou um furo sem piercing, existe
disse-te pra não caíres, caíste, disseste que ias ficar, mentiste
mentiste também no resto e o resto nem era nada
eu não presto, ninguém presta, ou sou uma besta ou uma iluminada

pari metade de um coração, então não olhes -ssim para mim
a vomitar bocados de memórias junto a panos de cetim
partilho-me com a solidão, eu não sou como a vaca que ri
eu tenho a faca e o queijo na mão, no dia a seguir eu já parti…

[gijoe]
estou fechado num elevador que sobe, mas não me eleva
vou atirar-me da varanda, libertar-me de ilusões
vernácula loucura, sou tão sóbrio que chateia
vou atirar-me da varanda, libertar-me de ilusões

[reflect]
fui deixado num beco sujo à minha sorte e desgraça
moro numa rua escura por onde a luz já não p-ssa
água escorre e não lava, água p-ssa e não leva
estou fechado num elevador que sobe, mas não me eleva

arranco cabelos da nuca, tenho força que nem sabia
molduras na parede pregadas a utopia
cheira a perfume pela sala, tenho engano nos pulmões
vou atirar-me da varanda, libertar-me de ilusões

a morte é ilusória, esta prisão é redundante
acorrentei o que sentia num paladar agoniante
sou um vulto atrás de ti, vibração que nem propaga
falho em tudo e sou tão pouco que para contar um zero dava

vernácula loucura, sou tão sóbrio que chateia
intenso na narrativa, sou tensão que se p-sseia
rodeado pela miséria, sou refém da ignorância
por mais brilho que emane, sou apagado desde a infância

[gijoe]
estou a cuspir os ossos, posso senti-los a tresp-ssar-me
estou fechado num elevador que sobe, mas não me eleva
como chuva num dia cinzento, eu só importo aos inspirados
vernácula loucura, sou tão sóbrio que chateia


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