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lirik lagu pródigo & víruz - chicos espertos

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[verso 1: víruz]
eu não quero um passaporte
nem uma porta aberta num porto de abrigo
ao abrigo da lei, sei que sou quase mendigo
sem ofício nem serviço, brigo por um subsídio
a situação tá negra, chega de ser submisso
meto baixa, vou para a baixa beber médias em canecos
fumar bérias com galdérias e bater uns matrecos
cotas marrecos com reformas em cheques
mandam cenário de chefes
nas esplanadas pagam rodadas aos netos
eu, cheio de papel no bordel sou garanhão
o tempo voa, vida boa a carreira de calão
freguês em maratona, burguês em competição, classe alta?
quero ser dessa malta do euro milhão
torno~me cínico e cusco, antipático e brusco (bruxo)
quero uma cunha que me ponha num carro de luxo
com secretárias de bruços ou num escritório com gatas de gatas
leio o discurso para uns fatos com gravatas
paca no bolso no fim do mês, “o gajo safou~se”
o vizínho manja que é doce o que o rendimento trouxe
e fosse, por onde fosse, arranjava saída
e pedia sem garantia trocos pró leite da filha
(mais afogado que uma ilha?) agarro~me às jóias da família
faço a mala, vou ter casa à pala e crédito p’rá mobília
atestado de atestados, faço o choro com as crianças
ao que parece é simplex, é uma questão de finanças

[refrão: víruz & pródigo]
hoje na tuga é só chicos espertos
é só problemas esses chicos espertos
não há paciência para chicos espertos
quem é que atura? chicos espertos?
hoje na tuga é só chicos espertos
é só problemas esses chicos espertos
não há paciência para chicos espertos
quem é que atura?

[verso 2: pródigo]
pouco me interessa quem se lixa, sócio ou compincha
na hora de sacar a pechincha porcalhotas levam com a trincha
quando a próstata incha, frente a frente na rixa
desligo~vos a ficha, ainda dou mais bailes que o garrincha
tinhas razão quando dizias que eu era megalómano
quero carro da empresa, beleza, ser autónomo
sem tarefas enfadonhas, umas férias risonhas
seguro dentário, salário imaginário com que sonhas
são cambalachos nesta vida leviana
quero sacos carregados com libanga
assino contratos, conta poupança
saco da mediátis viagens grátis, “sirilanca”
tudo corre suave como veludo, não quero que mude
a recessão que se mude, aqui é sempre entrudo
entra calado, sai mudo, vou alterando as ruas
cooperativas imobiliárias, é o melhor pa falcatruas
troco as voltas com permutas, paleta de senhorio
as luvas à inspectora serviu
da asae nem um pio, deve ter sido equívoco
na terra da abundância, dá ‘pa mais um empréstimo
renda, prestações, não me chupam os cifrões
diagnóstico é bancarrota, em manta rota nos verões
desafogado como naufrágio, peripécias em demasia
o fim de mais um dia, a ver se alguém me fia

[refrão: víruz & pródigo]
hoje na tuga é só chicos espertos
é só problemas esses chicos espertos
não há paciência para chicos espertos
quem é que atura? chicos espertos?
hoje na tuga é só chicos espertos
é só problemas esses chicos espertos
não há paciência para chicos espertos
quem é que atura?


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