lirik lagu poeta100valor - poética certeza
[letra de “poética certeza”]
[verso]
isto é uma cena à parte
sei que nem é arte
mas eu sinto~a como aorta
por não ter a mão morta
bato com o nariz na porta
mas é feito! a sério!
não é feito em série
ainda assim quando eu me deito
o meu leito é uma intempérie
o apelido é de génio
mas o gene é outro
até curto o curto apreço
mas convenço~me que nem esse mereço
pudesse não por o que penso em verso, cessaria
mas parece que é o que o universo queria
é como se a escolha de riscar até a bola fosse da folha
e não do meu indicador e polegar
esses me agarrassem o pescoço e cada letra fosse ar
não é despejar pó papel
é desposar sem anel
usar o meu desperdiçar de ar
a tentar fazer algo merecedor dele
quem sabe sê~lo…! num balão…
ou a encher o pulmão, que a razão, grite
é aceitar um desafio sem recompensas nem convite
uma língua morta sem poeta
só uma porta aberta a um universo ainda beta
seta dum cupido com um pedido de amor platónico
tónico ingerido que te leva a mente do lento ao supersónico
doente crónico…. que ama a doença
sem esperanças de avença,so a crença que sem diferenças não se avança
passei no estágio do estojo e hoje já me orgulho do meu traço
sem presságios nem esforço. isto são só nós que eu desfaço. pa criar laços entre nós
é uma tese que desembeleza este globo de gloss
uma prece torcida dita depressa entre tosse
comunico com fogo pá faróis
sem ser senhor dos anéis
tou a pôr o sol em papéis
não isso que cais, esses anzóis
com iscos iguais aos demais
com vista só nos totais
então a atitude é de dedo do meio
alpha e omega a saltar a corda, do relógio, no recreio
a busca da inimiga da pressa
essa lágrima de fênix
falha no matrix
uma fuga à matriz
é o que me faz feliz
é o tempo verbal trocado
tantas vezes quando te aponto o dedo
és só o espelho no qual tou projectado
e que ousa reflectir o meu medo
são hieróglifos convictos na importância do tacto
um fantasmagórico coreto, então
abstraido do concreto
o conceito é o abstracto
caricatura de testamento
é soprar contra o vento
mas, fã do traço…
por uma mente sã, o faço
sem um prazo. só o prezo
só me purgo. quando o prego
lá sossego um segundo
mas logo…
engulo, num gole, o peso do mundo
então vês : nova resma, o mesmo rumo
como a lesma, talvez mais lento. mas com sumo
é uma linha ténue onde me balanceio
numa prancha de ansiedade
num malabarismo m~n~seio
punhais envenenados com verdade
uma roda obrigada a ficar quadrada
para se enquadrar. menos no quadro…
daí pintar. daí o traço. daí o risco
por isso o faço. aí arrisco. aí embarco
sem embaraço , faço~me pícaro e
viajo no eixo do meu reflexo
narciso, que por isso vira ícaro
acho a mão no queixo. mas não o nexo
é fragrância de inteligência
romantizada em hipérboles
remanescencias de uma essência
invejada por hércules
rábula de uma velha rabugenta
distinta desta tinta magenta
é ver nas costas o começo e à frente só bruma
uma poética certeza….
de merda nenhuma!
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