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lirik lagu orteum - gato negro

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[intro: l-ali]

[verso 1: nero & tilt]
paz do céu que nos viu nascer
e à de nos ver apodrecer
sedento de prazer
ninguém viu o que eu vim ver
até dizer:
basta, essa musica rasca que se ouve desde as escadas
nas palmas de quem controla
e agarra as tuas asas
este amuleto da sorte deu vida aos meus fantasmas
e eu sempre pensei que superstições eram palavras
na estrada onde andava munições eram granadas
e todas as palavras que eu cuspia eram pa’ larvas
à minha volta fazem escolta matam e cantam baladas
sereias dão à costa
baleia na areia
carne exposta
ao dar-te casa mas não arde tocha
na encosta olha para baixo e vê que
quem tem mais cede bebe o veneno
que o cola a essa rede
és só mais um e vocês são bués
mas quem diria que esse buzz em que tu segues só se avaria
será azar ou magia
não sou um gato cósmico
eu sou um gato mórbido
vestido de preto só para o teu velório (morre)
culpado sempre para que ninguém saiba
que se nos falta cabeça é porque ela acabou no grinder

[verso 2: m-ss & tilt]
eles chamam-te rato negro
só te safas como podes
filho do azar aceita a tua pouca sorte
jornada é longa nesta estrada sem transporte
pela calada desce a escada para deixar de ser mascote
(azar é) sapatos de cimento marca italiana
sair vestido a rigor com gravata colombiana
nadar com tubarões, ganha barbatanas
guelras, escamas, perssão sobe
até ficares com as pernas bambas
é hoje que reservo as campas
aluguer do solo
serve a dantas
até [?] é quem se ergue em lanças
sou gato negro p-sso à frente do teu bote
p-ssas por mim e ‘tou por cima de ti tipo escadote
sou bode feio, entro numa casa de espelhos parto todos
imagino o ar que tenho tipo que ac-mulo azar no bolso
o azar que sou por agoiro nem sequer me curo a soro
ilumino-me como buda quando tiver um muro a ouro

[verso 3]
sabe a tão pouco não provar deste copo
ao ingerir o líquido meter o vício no corpo
é que se for pa’ nascer torto, azar não é estares morto
acaba com o sufoco, eu topo
azar das oito às oito
se tu queres saber vem conto como foi
maior parta da minha espécie já só circula de noite
eles tem medo deste tom negro mas não guardo rancor
só quero sosego mas desde cedo sou julgado pela cor
no ato de rancor é o símbolo de quem caminha
num chão que nem examina
entrada de pé esquerdo pisa mina
jogo xadrez com a morte sentado no canto da mesa
chapéu de chuva aberto tipo que só chove cá dentro
cérebro com vermes dentro cá meto
na melhor das hipoteses eu posso morrer a qualquer momento
sendo gato preto

[verso 4: l-ali]
gato preto dentro de um buraco negro
ando a acertar com a sorte como um arqueiro vesgo
este é o derradeiro mês do
euromilhões é meu puto
próxima semana no placard é mais do mesmo
a prever o futuro o teu azar é eu ser bruxo
procurei a agulha no palheiro e acertei na muche
três carolos na madeira
é cara pau do puto
deixa merda na algibeira
da maneira em que engato sem escrúpulos
vejo o meu reflexo no vinho
reflexão de alcoólico
se gato preto é azar nasci daltónico
ingrato a brincar com a sorte
gato preto para mim é gato sempre e gato morre
napoleão eu troce whiskas saquetas
a minha versão de perfeição
são felinas com whiskey nas tetas
por isso fica com a ração
eu fico com a razão
há quem diga que eu dou azar mas isso são tretas


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