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lirik lagu nocas infinito - beber um copo

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[verso 1]
6a feira, fim da tarde e eu cansado de trabalhar
tinha feito tantos kms, nem me apetecia levantar
o telefone começa a tocar, é o cake a ligar
com a típica e normal proposta para jantar
“é em casa do sérgio, vai lá a maltinha toda
traz um vinho jeitoso para fazermos a real boda”
“combinado!” escolho o vinho, pego no carro
e no caminho a pensar: “vou ficar num lindo estado!”
mal chego, as minis já rolam como aperitivo
cheira a tarolo, tiro duas, já me sinto mais tranquilo
mais 3 ou 4 cucas, os olhos ficam em bico
o jantar tá na mesa e o vinho é convidativo
conversa puxa conversa, copo puxa copo
molho a palavra para discutir o próximo tópico
política, educação, economia e sociedade
já sinto o soro da verdade a falar com intensidade
sobremesas? não! sou amigo do digestivo
o sérgio sabe disso e tem uma garrafa sem logótipo
“este é do lavrador, de santa cona do -ssobio”
“ui! chega me já um balão que eu chamo lhe já um figo”
a conversa anima, a gargalhada já é bem-vinda
e já sinto dificuldades na locomoção da minha língua
2 da manhã, a boa disposição já me governa
mas sigo para ir embora, tenho a mulher à espera

[refrão x2]
se vais beber um copo, para quê levar o bote?
eles andam à caça, tens pasta em stock?
não vale a pena, pois a pena é pesada
faz te ao p-sseio, não te faças à estrada

[verso 2]
“ei ó nocas tem cuidado, tas fixe para levar o carro?”
“tá descansado, que eu manjo onde é que a moina tem parado
já faço isto há 10 anos e nunca fui apanhado
até logo, valeu! fiquem bem e obrigado”
desço o prédio rápido, conduzir tocado, eu adoro
desço as janelas ao máximo, cigarro e sonoro
sigo tranquilo, as rimas que ouço, sei decor
mas distraído, viro para uma rua que não é a melhor
a minha alma congela, a minha cara fica pálida
a 100 metros tenho a polícia com um corte na estrada
eu nem reajo, o moina já me faz sinais como um louco
“tranquilo, vamos lá, que isto deve acusar pouco”
paro o carro, o nervosismo abana me como um sismo
sinto a moca no seu pico, penso pra mim, “tou fodido”
saio a cambalear, o moina já se tá a grizar
“boa noite sr condutor, vamos ali soprar?”
a caminho do balão eu ponho me a pensar
“fod-sse, vou ser despedido, preciso da carta para trabalhar”
1o sopro com receio para atenuar o rastreio
“ó sr tiago isto tem que ser feito com o pulmão cheio”
2 vez, sem frete faço aquilo que me compete
na máquina aparece 1.97
“deixe aí o seu carro, vem connosco para a esquadra”
cai me tudo num segundo, a minha vida está desgraçada

[refrão x2]
se vais beber um copo, para quê levar o bote?
eles andam à caça, tens pasta em stock?
não vale a pena, pois a pena é pesada
faz te ao p-sseio, não te faças à estrada

[verso 3]
já no ninho da bófia, eu não consigo encontrar forma
da minha mente ficar sóbria, a puta da língua só se enrola
eles preenchem a papelada, eu já nem digo nada
vou mas é ligar ao paulinho para ver se ele me leva a casa
“fod-sse ó nocas eu já te tinha avisado”
“pois eu sei bro, para a próxima não hesites, dá me um estalo”
mal desligo, dão me a convocatória pó tribunal
“2a feira apresente se lá e tente ser pontual”
“ó sr guarda, o que acha? acha que ainda me safo?”
“ó sr tiago, isso depende do juiz que trate do seu caso
refira que precisa da carta pó seu trabalho
pode ser que fique com ela e que seja só multado”
fim-de-semana estranho, um autêntico pesadelo
dominado pela depressão, ansiedade e o medo
qual seria a decisão do juiz?
o meu patrão perdoaria esta merda que eu fiz?
2a feira no tribunal, aproxima se uma senhora
doutora juíza com aspecto de professora
“bom dia sr. tiago, isto tá complicado
já sei que necessita da carta pó seu trabalho
mas o seu nível de álcool era demasiado elevado
por isso durante 3 meses não pode andar encartado”
um arrepio percorre-me a espinha e nem avisa
suores frios, quase desmaio à frente da juíza
“agora, preciso que você tome aqui uma decisão
pagar 500 euros é a primeira opção
ou então faz uma doação de metade a uma inst-tuição
e partic-p- sem-n-lmente num curso de formação”
escolho a segunda, saio estarrecido e sem chão
vou pó trabalho, de autocarro, para falar com o meu patrão
chego ao seu gabinete e conto-lhe o sucedido
mas no final da conversa, ele parece me tranquilo
“não te preocupes tiago, eu já p-ssei por isso
precisas de um motorista para andar sempre contigo”
chama o rapaz do armazém e explica-lhe a situação
e este todo contente com a sua nova função
em jeito de conclusão e a partir desse dia
tomei uma decisão que até hoje tento seguir à risca
se for para sair, conviver e beber
vou de autocarro, de táxi ou ponho os pés a mexer

[refrão x2]
se vais beber um copo, para quê levar o bote?
eles andam à caça, tens pasta em stock?
não vale a pena, pois a pena é pesada
faz te ao p-sseio, não te faças à estrada


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