lirik lagu nabru & ciano - confissões de um vira-lata
[letra de “confissões de um vira~lata”]
[intro]
ei, aham, nabru, ciano
ahn
[verso]
pássaros e carros numa só canção
choveu mais cedo hoje na praça da sé
o chão molhado, eu de chinelo, ele sapato
esses horário, é fim de tarde, os pensamento’ moiado’
vou me afogar na minha cabeça erguida atravessando a anita garibaldi
esses dia’ me chamaram de princesa do underground
se a letra é pop, até quando eu falo de amor
poetisa marginal, de cara feia já me basta a fome
de onde eu vim, nós morde
‘cês ladram muito nos caracteres
moldando meu caráter com metade do cachê
quer as palavra’, amiga de gente que eu nunca vi na vida
chorou ouvindo meu som, me deu uns papo’ de futuro
e eu saí daqui mais rica, já
agradeço a deus pela visão
depois dessa beat fina, eu queimei mais um fino e aumentei meu repertório
da missa ‘cê não sabe um terço, mano
querendo ensinar o padre, e eu não vou no templo à sua igreja
quando eu ‘tô com os meus irmãos aprendendo o que é vaidade
ou mato o lado ruim agora ou essa porra me mata
tipo skywalker
mudou minha vida aquele dia na praça
cd do [?], eu ouvi sobre altivez
meu sentimento como o s~xto elemento
conhecimento antes de abrir a boca
na era da desinformação
igual droga, nós vende som, palco pra mim é remédio
várias verdade’ eu engulo a seco
em várias quebra’ do brasil faltando água encanada
‘cê não vai entender nada se ‘ocê não sair de casa, zé
não olha nem pela janela
aqui na rua a vida não te espera, ahn
aqui na rua a vida não te espera
[refrão]
guardando um ódio que só se gasta em tinta
por onde eu vou, eu observo os muros
onde eu me encaixo, você nem acredita
onde eu me encaixo, você nem acredita, eu juro
guardando um ódio que só se gasta em tinta
por onde eu vou, eu observo os muros
onde eu me encaixo, você nem acredita
onde eu me encaixo, você nem acredita, eu juro
guardando um ódio que só se gasta em tinta
por onde eu vou, eu observo os muros
onde eu me encaixo, você nem acredita
onde eu me encaixo, você nem acredita, eu juro
‘cê nem acredita, eu juro
‘cê nem acredita
guardando um ódio que só se gasta em tinta
por onde eu vou, eu observo os muros
[interlúdio]
caralho, caralho, porra, caralho
falar igual carioca, malandro: “‘tá doido”
eu ouvi ela toda aqui, lindo demais
que que é isso, porra? poesia pura
tem letra, melodia, sentimento e vivência daquilo que ‘tá falando, tomar no cu
lindo demais, porra
manda ela em outro formato pra mim, ‘tá doido, ‘tá doido
‘tô aqui boquiaberto, caralho
[saída]
escrever sempre, né?
tipo assim, desde que eu me entendi por gente, eu escrevo
porque na minha cabeça faz parte do meu ser humano, escrever
mas tive anteriores a mim, antepassados, ancestrais que não sabiam escrever
porque alguém disse que eles não era gente
aí eu escrevo por eles também
e todos os outros que não podem escrever
e esses dia’ eu fui lembrada, né? isaías 55, né? 11: “as palavras nunca voltam vazias”
às vezes eu escrevo uma palavra, ela parece ser só uma palavra vazia
mas volta, volta, se não voltasse, nós não ‘tava aqui agora
é, então vou continuar escrevendo porque esse não é o final, esse é o começo
e se deus me permitir e me der o dom da palavra pra que elas continuem voltando carregada
e é isso que me enche: palavra
e é isso que eu tenho pra oferecer: palavra
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