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lirik lagu léo casa1 - cyphair - sinfonia da revolução

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[verso 1: rincon sapiência]
a mente é minha casa, faço o que dá na telha
roupas em pele preta, comum é mancha vermelha
casacos na vitrine, carecas são ovelhas
contra a saúde, um crime: tem papelão na grelha
uma dama no poder; democracia, venha
lhe deram um golpe e não teve maria da penha
o ódio fodeu a pátria, por isso ela tá prenha
seu filho já nasce pr-nto pra botar fogo na lenha
revolução, amor no giro, feito um ciclone
seja dama com dama, que seja homem com homem
que seja a mesa cheia, que seja o fim da fome
enquanto não é real, dou trabalho no microfone
é resposta e questão
revolução é mais que facebook e textão
pra minoria n0bre, é seu plano de gestão
e a maioria pobre, ‘cê nem sabe onde estão
nos cantos da peri, mérito é heresia
onde as roupas de gari é trampo, não é fantasia
merenda na escola, não ache que é cortesia
cortando gastos, fazem lucros em demasia
enlatados e processados na gastronomia
viva cem anos e, talvez, aposentadoria
garrafa de espumante, panelaço, histeria
garrafas de molotov é nossa categoria

[verso 2: nego e]
contra a reforma, tomando previdência
‘cês vão temer ao ver pretos na presidência
oceano de março, sem maço, eu quero em maço
um degrau por vez, e eu não tenho que pisar em falso
soldado solta fogos, novo código morse
anjos e demônios morrem com a antimatéria
dálmata, roupa preta, pele preta, branco air force
percorro morro onde aviões não são da força aérea
espanta males, sou mala em malê
koteban no meu ballet, vira campo de batalha
pliê; no, please, sem pala ou pale ale, eu boto pra ler
os meus colheram algodão, faço valer o suor na malha
migalha, sinuca de bico, pele frank lucas
‘cê vai gritar ser marigh-lla com a peça na nuca?
sangue sibéria, diamante raro, jogador caro
pra ser sincero, eu não preciso ser mais claro
eu tô procurando meca, quando a fonte seca
faz o paco enquanto peca, visãozinha míope
de bordo diário, revoluciona e tecla
fuma e corre, como se phelps fosse etíope
uh, cidade ranzinza, inferno de vaidade
vai chorar por onde sente saudade
apartheid moderno, os vilões vestem terno
se você nasce na prisão
não sabe o que fazer com a liberdade

[verso 3: lívia cruz]
teve quem desertou
teve quem nunca foi
esses que nem tentou
não sabem nosso peso
periferia soberana, o pavio tá aceso
as minas, aqui, ‘tão de campana e ninguém sai ileso
coletividade na laje
nossa elegância é at-tude, não traje
ascensão pra eles é um ultraje
é fato: ameaça, o sistema reage
não somos só m-ssa e não ‘tamos pela viagem, é
o plano é insano e ele visa a liberdade
contando com os manos de gana e muita agilidade
não falta habilidade
milianos na atividade
não é engano, se você se sente perseguido na cidade
que eles ‘tão com farda pra atacar e não pra proteger
que eles ‘tão com arma é pra matar e não pra defender
a aposta aumentou, quem tá no páreo é você
se entrar com medo no ringue, tá fadado a perder

[verso 4: tássia reis]
ê, com mais de mil motivos
pra chutar o balde
pra ficar de bode, pra entrar na bad
mas eu não sou covarde
eu não abandono o bonde
não vou fazer metade
eu quero chegar longe
toda vez que eu p-sso por uma nova cidade
eu penso: “o mundo é grande”
e lembro que eu vim d’onde
disciplina é lei e é aplicada pelos bandi’
não basta ser rei, é preciso portar aos montes, os montantes
o pensamento é instigante
pra me tornar gigante, eu preciso entender o ego
os malotes deixaram os caras cegos
ilumino o ori, só por isso que eu enxergo
além do horizonte, além do meu umbigo
a minha semelhante se parece comigo
e como soa redundante isso que eu te digo
e o pior de tudo é que tudo faz sentido

[ponte x3: tássia reis]
da-ra-ra-ra-da-da-da
da-da, da-da

[verso 5: rico dalasam]
vimos que a fama mata
se a grana não for sua escrava
ela crava, e o prestígio que vem com a grana
sem ela, eles travam
firma no cinco, amigo antigo
e -n-lisa os tipos que chegam grátis
quando likes valem mais do que livros, ‘tamos vivos
enquanto fazer isso for vício, ‘tamos chato
vão dizer, ‘tamos os mesmos pros do início
juízo, vinicius, que os fascínios faceiros são farsa
cuidado com os parças
a vida é play, mas respeita as pausas, ouviu, tio?
na cadeia, é frio, deixa, ainda, ser
liberdade, aqui, é pomba no fio, dá meu rg
que hoje eu vou sair
perder isso, aqui, é deprê
não faz meu perfil, hoje eu vim derreter
ouro em barra; não me barra, que eu sou barra pesadona
tipo impala, na calada, não paro pra dar carona
trilha toda de uma vida, amor louco de uma figa
que deu lugar pra ser viga, desmoronou na partida
campainha do meu eu
amor infantil que tocou e correu
eu tô cheio de rei, de ser eu
ei, destino dos amores sem lei
se eu sereia, serei a fragrância
se eu p-ssar, deixei o tempo apurar
sem muro, pular, bota a bússola pra recalcular
que eu vim voar e devastar no sopro
vocês são o jogo do bicho
eu sou a bicha do jogo

[verso 6: aori]
uh, deixa eu fazer minha arte, deixa eu fazer minha parte
pica no rap, também sou gênio do marketing
‘cês curtem zuckerberg, sou mais alien preto de marte
desde ’97, o mais sete da night
eu vim do rap e isso me levou à nike
antes de ter tiete, meus tênis já eram os tais
mentira, cheguei em sp com uns boots tão velhos
ou eu ganhava as batalhas, ou não andava mais
eu tô no melhor time
minha vida daria um filme
das rimas nas esquinas a jantares com tinker
superei barreiras, não caí pra nenhum drinque
nesse mortal kombat, tenho k!ller instinct
riscos eu -ssumi, e após discos e clipes
estamos vivos, história melhor não existe
dos estúdios pros escritórios, um mc notório, executivo
desliga o lap, deixa eu focar no beat

[verso 7: amiri]
pedi as contas, me rep-ssa na minha rescisão
que eu não vou mais suar de graça, essa é minha decisão
transformando em cifra o que eles fazem pra ter cifrão
mas, na subida do morro, eu mostro o descidão
da aula de história mal contada, essa é minha revisão
fi’ do zumbi que ‘cês matam e não p-ssa na televisão
ahmm, e o que eu tenho pra falar desses jão?
naquele saco tinha pipoca, mas nesse, não!
é, donos do “sim”? sinta o peso do “não”
é, somos o símbolo, êxodos são
luta que liga, a escravos, tudo o que escrevo no som
cicatrizes em alto relevo não são
marcas na alma e no corpo até arder meu couro?
e cadê meu ouro? que, pra vocês, eu não devo um tostão
eu só quero o que é nosso, devolução
queda da sorte, é um trevo no chão?
cadê tua moeda da sorte? huh, que evolução
e o que ‘cês têm por mi-mi-mi é música aos meu ouvidos
três notas brancas viram pretas
é a sinfonia da revolução


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