lirik lagu joão tamura - gládio
[verso 1]
vim pregar a bela rima
matar com a mesma calma que vasilyevich tinha
escrevo como a espada brande: paga pela lição de esgrima
(como) quem se banha em mar de sangue, ou como quem para lá caminha
vim reiniciar a chacina
em tulpar como num trono, é minha a mão que lhe agarra a crina
com a mesma sede que drena o drina
(vim) decapitar o rei e recitar versos para a rainha
vim reiterar a doutrina
como a bruxa: desejo a queda aos inimigos da família!
vim da bruma, só, vazia, com essa fome que a noite cria
magra mão que o gládio afia, quando o espeto, voldo grita
poetizar a sombra infinita
lendário como os nomes de uma russa corte extinta
o quê que o teu mundo podre ensina?
se eu secar a tua fonte, nunca mais no poço pinga
é óbvio que o tópico é básico, assume:
o óbito é fácil se és nada para o mundo
vens para dar clássicos com o zero do teu sumo?
dispenso o teu rumo nem quero o teu fumo
é óbvio que o tópico é básico, e tu:
“fácil o plágio” ~ és tão nada para o mundo
só mais um que cai na corrida para o cume
tomar a cidade com o sangue de um huno!
tirânica, distópica, banhada a choro de fado
vim pintar um mundo novo para curar um outro prado
tão genérico cada sopro ~ que sem esforço como o gado
raramente me comovo ~ mais gelado que volgogrado
quero silêncio quando escrevo
subo ao palco e sobe o pano negro
sepulto imundos egos, num país de surdos, cegos
demente, o sangue ferve, a meio de um verão sueco
[refrão]
sente, o flash arde
perde a minha metade
mente~me mais tarde
veneno? vais dar~mo?
[verso 2]
sente, o flash arde, a lua desce mais tarde, come a minha ansiedade
qual a cor da cidade? tenho a morte a meu lado, todo o corpo é pintado
acorda, é só dor
à frente do teu quarto como à porta de mordor
tiro~te toda a foto:
suja com o batom que te garante o mundo todo
juro ter aquilo que querias
em cada mão, vida. só saliva e mentiras
nua pela medina. bebemos do mesmo cálice e partilhas meu desprezo
a aponia é à tua medida, vais e vens no mesmo ápice
e eu eternamente estático condenado ao inferno, preso
eu? mais ou menos morto
com a vida nos dedais duma puta que conheço pouco
[refrão]
sente, o flash arde
perde a minha chave
mente~me mais tarde
veneno? vais dar~mo?
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