lirik lagu invisíveis - chagas
[letra de “chagas”]
[verso 1: levell khróniko]
eu sou africano nativo e suburbano
e o continente berço foi abaixo a mais de 100 anos
futuro está hipotecado, só nos resta o passado
e a história do sangue com o qual escrevemos o legado
a luta desenfreada para pôr o nosso nome no mapa
mas é entre nós que consiste as contendas
a arma mais perigosa por aqui é a diferença
mesmo quando a cor da pele, sabes, for a mesma
os conflitos tribais e animais nos revelam
olham para nós e vêem mais uma fonte de renda
com um solo enriquecido e costumes r~t~rdados
somos os monstros que combatemos nos nossos retratos
[verso 2: denéxl]
onde está o coração do africano quando ele quer ser o rei mesmo pisando no hermano?
quer ser o vaidoso mesmo com pêlos no sovaco?
mesmo que ser prejudicado e seus costumes estão intactos?
não se importa em recorrer a magia, viver sem melodia
macumbeiro sem melancolia
aponta a culpa a boa vida do resto do colono
quando ele próprio lixa o outro mbumbu pra subir no trono
e não quer ceder, cada vez mais rabugento
tradições e morais que não se apagam com o tempo
lamento como os africanos governam no terceiro mundo
vê como o egoísmo transformou angola num país imundo
[refrão 1: j wime]
o teu amor é utopia
não é filantropia
onde está o amor pela terra
tu não vês que nada tens
deixas te levar por bens fúteis
tu não tens amor pra dar
[verso 3: aluno mestre]
o impostor mudou de cor, mas não mudou seus velhos hábitos
prometeram~nos liberdade ganhamos dias trágicos
criadores e assassinos dos seus próprios princípios
quanto mais recursos naturais, mas fome, mais conflitos
somos todos irmãos, mas de costas viradas
seres bostas a dar a geração desencontrada
reviver 500 anos de escravatura
o imperialismo é nova ordem mundial, democracia é ditadura
mais uma tribo nessa aldeia global
só mudou o contexto o regime ainda é colonial
não és a áfrica que seus filhos mais novos perspectivaram
pobre e revoltada do norte ao sul do saara
[verso 4: xtygmaxx]
lágrimas de sangue pelo genocídio no ruanda
pelos manifestantes angolanos e a fome na somália
ao som de metralhadoras que que fuzilaram infâncias
pelas minas que deixaram crianças mutiladas
pregamos culto a democracias mascaradas
como animais domesticados nesta selva africana
ninguém se revê em lumumba, kwame nkrumah, nem sankara
ajudas humanitárias só vendem áfrica novamente
nunca houve independência, somos reféns do ocidente
terras sem água importam kalashnikovs
gritamos bem alto, mas aqui ninguém nos ouve
abaixo o banco mundial que põe áfrica de dieta
e estas nações unidas que que fabricam nossa pobreza
e a por cada 10 ditadores nenhum nelson mandela
e a cada novo dia nasce uma nova incerteza man
nasce uma nova incerteza
[refrão 2: j wime]
o teu amor é utopia
não é filantropia
onde está o amor pela terra
tu não vês que nada tens
deixas te levar por bens fúteis
tu não tens amor pra dar
[spoken: kota sebas]
observo inquieto a mudança dos tempos
como cabeças se fazem em passos lentos
tchunas desfilam, aculturação implantada
reféns de uma sociedade alienada
perdendo os laços com a sua ancestralidade
mostrando ao mundo a sua vulnerabilidade
apesar de toda a grandeza histórica
somos peões neste mundo presente, sem glória
mas nem tudo é tristeza, nem tudo é vergonha
sente a n0breza no homem que sonha
reencontrado, reconciliado com o passado
preocupado em deixar um novo legado
[refrão 3: j wime]
o teu amor é utopia
não é filantropia
onde está o amor pela terra
tu não vês que nada tens
deixas te levar por bens fúteis
tu não tens amor pra dar
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