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lirik lagu detentos do rap - o que restou

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depois de tanto tempo é, aqui estou. como mudou, não é mais o que era.
não é nem sombra do lugar onde eu cresci e não é mais como eu imaginava que estivera.
nada mais está no seu lugar.poucos aqui agora eu conheço.
só as “lembrança” foi o que restou. de quando eu perdi a minha mãe.
perdi com ela minha razão de viver e o sentido de todas as minhas emoções. me lembro nitidamente o dia,
na escola eu de novo tinha faltado, os seus cmas, pra mim, é algo que não se tem preço.
e logo já estou viajando no tempo, me lembrando onselhos eu certamente não ouvia,
achava ter ela sempre ao meu lado, mas girando em 360 graus, caindo na minha realidade,
eu vi a minha mãe deitada em um caixão. e eu apenas com 12 de idade.
e de repente já não se tem chão.o certo já não é não é tão certo -ssim.
nada no mundo pode descrever ou ter noção da dor que eu senti em mim.
que deus a tenha em um bom lugar, mãe. que deus a tenha, 1 só minuto eu nunca esqueçi
de todos os cuidados que comiga a senhora tinha.
tamanhas foram minhas perdas, tamanhas minhas crendiçes.
de achar o meu mundo ser imortal, saudosa dona lorides.
essa daí tambem deixou saudades.
pois ajudava a quem precis-sse. tratando todos como se fossem filhos seus.essência pura de toda bondade.
queria no tempo aqui voltar para poder a ela agradecer.
de todos os seres talvez o melhor ao meu redor podia parecer
como era bom esse tempo,da molecada não esqueci de ninguém.
todos os pivetes que comigo ali cresceu. de um a um eu me lembro quem é quem.
negão sangue bom, o wilson na balada.
o mais velho sempre traz o respeito pra quebrada.
os pulos a ultrap-ssar, aos 2 metros de altura.
nadar jogando dólar, correndo não segura.
zoeira na veia, o riso consigo.
biquinho até faz pedra rir se for preciso.
comendo, zenho e osmar,
verso na rima, ha,
verso na rima, marcelo galego, vagner jessé.miséria os truta faz
se tem a bola do pé,então, escuridão.
um truta aqui do peito no tempo de curtição
afrima é so respeito.e -ssim o tempo p-ssa e as lembrança aqui está
favela 99, meu habitát.
(po, esse cara tá meio cabisbaixo…. é truta, foi foda saber que naquele momento eu perdi a pessoa que mais amava. é quente)

e firme, o vento soprar, levando o que restou
secando no olhar, as lágrimas de dor…

nem sempre a gente anda no caminho certo.
nem sempre o certo é que você pode fazer.
só sobrevive quem tem o olho aberto.
e usa os meios que a vida tem a oferecer.
a gente faz o que tem pra fazer.
a gente usa o que tem pra usar.
faz o que for e o que precisar,
a gente dança conforme a dança.
fazendo ouvir o som que chega nu.
se estou aqui foi porque não dei ré não .
fiz do meu jeito, eu sempre dei os meus pulos.
ou vai no bonde ou vê o bende p-ssar.
mas nem todos aqui “pode” escolher
é muito fácil observar. é muito cômodo julgar sem saber.
p-ssar na rua e vai saber o que eu fiz.apenas me adaptei aos meu dias.
não fui além do que você faria.
nas ruas, as drogas “é” normal.
inevitável é conhecer o outro lado.
se não tem nada e de repente pode ter. é muito fácil escolher errado
foi no império das drogas que eu cresci.marquei o chão para poder me manter.
só, que ironia, é que tudo que fiz é que eu vendia a morte para sobreviver.
é certo que tudo tem um preço. é certo tambem que o tempo vem cobrar.
pelo que faço eu consegui. o meu castelo se evaporou no ar.
peguei um bronze como artigo. infelizmente a cadeia foi minha morada
e também meu abrigo por 6 anos, os quais ali p-ssando, tento mais não sei deixar esquecido
tive fraqueza no começo, eu tive medo mas não demonstrei.
tive receio de dormir e não acordar. sei do que falo, sim, eu sei.
certeza que o inferno é ali. sem proceder você não dá um p-sso.
não grite para não se fazer ouvir, ou pode ter a cabeça no laço.
quem no seguro está no sol não pode tomar, se vacilar é certo que você dança.
se uma idéia não tiver de ladrão você vira mulher. o homem chora feito uma criança.
tem que estar sempre muito atento “pa” decidir quais são os seus aliados.
no meio-tempo você pode escolher rezar para deus ou acender uma vela ao diabo
mas devo muito a deus, pois foi no presídio onde foi me dado
a chance de “ejetar”- novo ânimo na veia e com a vida ter mais uma revanche.
e -ssim o rap veio como luz, mostrando qual seria a saída.
como instrumento de trabalho a voz, arma suprema ,se bem dirigida.

hoje estou de volta ao lugar olhando onde tudo começou.
vendo o que restou de mim por aí, onde o melhor e o pior ficou.
o sentimento ainda é o mesmo. ainda mora no mesmo lugar.,
favela 99 marcondes, hoje e sempre o meu habitááááááááááááát……

– o correto é injetar, mas -ssim é cantado….


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