lirik lagu dehesa - contra suposto
sem nada pra fazer, cá se fazem
cá se pinga
futuro é o meu carrasco, a
guilhotina brilha
entregue à “lei de murphy”, não
meto a mão na bíblia
a vida é um livro aberto mas
deve estar noutra língua
single chato, sei que achas que
não bate
não se dança um texto, o meu
som é pra ser estudado pá
perco o paradeiro da
humanidade sou uma fábula:
“metamorfose” de insecto numa
página de kafka
feito em papa, carapaça de
barata
guerra atómica venha, não é
pior que esta ressaca
(pra quê?) ser culto e ter buraco
no casaco
se o que querem é ver-me de
fato e de carro?
(pra que?) ser bué letrado
cabeça granda power?
quarto é uma enciclopédia, a
sala é um after-hours
vivo a vida ao contrário do
relógio
o coração nas mãos ainda bate
só por ser óbvio
vejo terra à vista, a bordo de um
submarino
queria afogar as mágoas mas
estão a boiar no vinho
neste mundo já não vivo
alheio fora d’horas, sou um
número no arquivo
não tenho identidade
sem bling, sem guito, sem carro
e sem trabalho
neste mundo já não vivo
não há tuga, não há terra, não
há vida, isto é o limbo
não tenho identidade
pra ti, pra mim tu é que tás do
lado errado
o p-sso do ventre à cova vai
num curto prazo
e eu penso deixar marcada no
mundo a minha tatoo
vais com os milhões prá cova
eu também irei prá cova
mas contrário ao cifrão o som
dá-me imortalidade
nessa terra onde o mal não
dorme tás
a sofrer de insónia-crónica
cómico é que eu não acho
eu cá conto comigo não com o
teu deus rapaz
porque ele criou a terra mas
deixou no céu a paz
rota muda não me fala em
sentido
as bússolas estão maradas
dançam a valsa comigo
(tá fodido)
sentimento quer erguer-se mas
gréga-se no chãopensar faz mal ao ego, o ego
pensa que não
e grita com toda a força, a puxar
vontade ao mérito
depois fica a mendigar pelas
esquinas do cérebro
quando fui enterrado, meteramme fato e gravata
não fossem as larvas sn-bs e
barrarem-me à entrada
entrei no purgatório, mas o s
pedro não tava
acho que foi ao meu velório e
ficou a tibar com a malta
neste mundo já não vivo
alheio fora d’horas, sou um
número no arquivo
não tenho identidade
sem bling, sem guito, sem carro
e sem trabalho
neste mundo já não vivo
não há tuga, não há terra, não
há vida, isto é o limbo
não tenho identidade
pra ti, pra mim tu é que tás do
lado errado
tens de ser o que é suposto pra
tar
no topo da montanha a mandar
(nã) tou-me a cagar
neste mundo já não vivo
alheio fora d’horas, sou um
número no arquivo
não tenho identidade
sem bling, sem guito, sem carro
e sem trabalho
neste mundo já não vivo
não há tuga, não há terra, não
há vida, isto é o limbo
não tenho identidade
pra ti, pra mim tu é que tás do
lado errado (x2)
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