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lirik lagu clã nordestino - todo ódio à burguesia

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[letra de “todo ódio à burguesia” com clã nordestino]

[verso 1]
sai, sai, sai, sai da frente!
a peste negra do nordeste troca os pentes
engatilha as rimas africanas, por um mundo diferente
não improvisa!
a miséria é uma ferida que nunca cicatriza
avisa as tias que reciclam a vida, num quilo de latinha
na quebrada, a burguesia financia a chacina
na esquina, a pretinha roda a bolsa e completa a renda mínima
entenda a armadilha e saiba
que a ferida na perna do pretinho é quem paga
o cruzeiro, o transatlântico romântico do casal de c~n~lhas
pragas são como ricos e os ricos são como pragas
um dia desses um transatlântico naufraga
se a sua vida é doce, a minha fome, amarga
nem o seu chequе ouro custeia as minhas lágrimas
ver você burguês sofrer, sangrar, pra mim é dádiva
odеio o seu jeito de ser
já não suporto mais vocês no poder
e pros cristãos que juntam ouro e tem casas de aluguel:
“mais fácil um camelo passar no buraco da agulha
do que um rico entrar no reino dos céus”

[refrão]
dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!
dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!
dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!
dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!

[verso 2]
vai, chama o padre pra me exorcizar
faz uma demanda, manda o tambor rufar
chama os crentes, faz uma corrente
fecha o condomínio, esconde os filhos e parentes
guarda os carros, esconde as joias
toca o alarme das mansões luxuosas
gasta grana, reforça a segurança
blinda o seu carro, repudia as crianças
esconde o rolex, cancela o caviar
tem medo de morrer? parou de ostentar
“mais~valia”, a palavra mágica pra uma noite trágica
é terror, é terror, na casa da madame
cena sádica, vamos comemorar
no braço, no saque, na quadrada automática
na greve, no piquete, na porta de uma fábrica
um drink do inferno aos c~n~lhas da capa
no gatilho do meu ferro o flash da revista caras
‘cê vai ter que engolir minha carteira de trabalho
’cê vai lembrar de mim da redução de quadro
logo eu que não fazia parte do sindicato
sempre obedeci, sempre cheguei no horário
agora eu sou o terror de canhão politizado
então segura a fúria da matilha de desempregados
desemprego, desespero, filhos com medo
não é segredo, não
[refrão]
dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!
dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!

dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!
dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!

[verso 3]
cinquenta famílias dominando o brasil
me liga, me avisa, que eu troco a minha rima por um fuzil
hey, dizem que é azul o sangue da n0breza
então vamos sangra~los e encher nossas canetas
va’mbora, então não demora, essa é a hora de rimar
foi a falta de escola que mandou matar
va’mbora, então não demora, essa é a hora de rimar
foi a falta d’água que mandou matar
va’mbora, então não demora, essa é a hora de rimar
foi a falta de pão que mandou matar
então, deixa o meu som bater forte no teu carro
deixa o meu som ecoar no teu barraco
deixa o meu som viajar pelo teu rádio
afinal, eu e você estamos do mesmo lado
sem direito a brinquedo, sem direito a um hobbie
maioridade na grade garante os pontos pro seu ibope
não é papo de louco, não é papo de locki
no puro~sangue da minha gangue a vingança vem a galope
nos versos loucomunistas, dos pretos mais loucos do norte
palavras feitas das lágrimas de quem não para de sorrir
palavras feitas de sangue de quem não tem pra onde ir
ressuscita negro cosme, ressuscita rei zumbi!
por vocês, meu rap é mantra contra o fmi!
[refrão]
dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!
dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!

dos pretos, pelos pretos, para os pretos, com os pretos
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!
dos pobres, pelos pobres, para os pobres, com os pobres
todo ódio à burguesia!
orgulho de ser da periferia!

[saída]
no compasso dos soluços de quem morreu de bruços
nos braços dos abraços de quem conhece o luto
no rito dos sorrisos de quem visita o filho
nos olhos, bem nos olhos de quem ouviu o grito
nos dedos já sem medo de quem aperta o gatilho
nos versos controversos de quem quer mudar o mundo

revolução na periferia!


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