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lirik lagu chullage - princípio do meu fim

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[letra de “princípio do meu fim”]

[verso 1]
odeio vê~la
sempre a ajeitar aquela moldura
com lágrimas a cair
por cima da roupa escura
ainda sonha que um dia estou lá
quando ela acorda
tirando ela
já pouca gente de mim se recorda
no inicio puseram o meu nome
em t~shirts e tattoos
com as minhas datas
um rest in peace e uma cruz
eu era o tema das rimas
à noite falavam de mim
enquanto despejavam cerveja
e as vezes whisky e drambuim
desceram~me ao fundo
sete palmos abaixo do chão
minha mãe desmaia
enquanto seis manos carregam o caixão
tudo o que vejo são
roupas pretas, muitas flores
grande multidão
muitos gritos muitos choros
foi uma bomba que deixou
o bairro todo de boca aberta
ainda ontem estava ali
com bros na procura e oferta
deus levou~me o ultimo suspiro
senti o ar a ir, frio a subir
eu a cair, depois do balázio do tiro
dum shot premido por um baba a rir

[refrão]
[?]

[verso 2]
‘tava de costas pra ele
correndo à sua frente
e quando me virava pra ele
pensava que hoje seria o dia
que deus me tiraria desse pesadelo
correndo desalmado
dava nas esquinas com o fim
de conseguir fugar
mas o gajo dava nas esquinas
atrás de mim
desde a porta do ourives
dois deram de lado, eu fui em frente
e condutor logo em cativo será que algum ‘ta vivo
ficamos cercados
quando a mona chegou
três minutos de ganância
depois de que o alarme soou
a montra estalou
carrinha em marcha atrás
caçula, cartuxos
caso algo corresse mal
e aparecesse o xuxo
tudo bem combinado
nada correria ao contrario
um ano sem emprego
precisava desse salário
e a dama sempre a dizer
que me queria longe disso
p’ra que quando o puto nascesse
ainda me visse
tinha ‘tado na obra
andaimes massa picareta
já me tinha arrependido
de ter largado um caderno e uma caneta

[refrão]
[?]

[verso 3]
escola larguei no 10º
farto de ver a cota no cansaço
a esfregar o chão desses fdps
com sonasol e esfregão de aço
no fundo ainda éramos escravos
eles mentiam nos livros
e se dependesse deles
nós nunca seriamos livres
tratavam~nos como tratavam
plantas, peixes, aves e mamíferos
usavam~nos e depois fechavam~nos
em ambientes mortíferos
política no rap não dava vida
fui cagando aos poucos
as minhas rimas não punham putos e putas aos saltos loucos
sempre em stress com a dama
que isso não era nenhum emprego
e os rappers que se safavam
tinham todos dado o rego
do bairro onde vim
n~ggas não papavam sucker m´s
rap continuava a ser a rua
de gangstas, babilones, inem´s

[hook]
cresci a ver isso: drogas, armas
e outras paranoias
desemprego, racismo, violência, ganancia
dillas com botes e jóias

cresci a ver isso: drogas, armas
e outras paranoias
desemprego, racismo, violência, ganancia
dillas com botes e jóias

[refrão]
[?]

[verso 4]
tudo o resto matava~se um mês
p’ra ver 3 números num cheque
tudo o resto eram estudantes
e empregados de balcão num mc
pedreiros, empregadas de limpeza e de cozinha
todas as mães sofriam
eu queria, outra vida p’ra minha
que vinha cansada buscar
o meu mano mais novo na vizinha
e ainda tinha
que preparar o jantar e o almoço de amanha, tadinha
raramente podia descansar os pés
frente a um ecrã
a olhar p’a uma novela
a sonhar com uma vida bela
era trágico quando ela
saia p’ra lá daquela porta
recebia mal, mas os todos os dias ela saia de lá morta
e aumento nunca deu
cabrão capitalista
por isso limpava em 2 lugares
e nunca nos punha a vista em cima
a rua é uma babbysitter
que não te abraça nem te mima
transferi o ódio p’á rima
fazia guerra e não arte
farto
de ser sempre o perto da turma
o colega posto de parte
farto
da água a entrar pela telha
farto da luz cortada
farto de ratos em casa
farto do esgoto â entrada
farto duma mãe que aceita tudo pra manter
a família unida
farto dum pai que só está quando quer
quando não quer dá corrida
não bastava eu outro irmão nasceu
pra crescer assim
4 anos depois de mim
4 anos antes, nascia eu
esse era o principio do meu fim


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