lirik lagu carlos eduardo taddeo - prisão do remorso
infringi de bersa o 5º mandamento a luz do dia
mandei o adolescente pra pinça óssea pra tar na ecopraxia
sangue trocado por glicerina, maquiagem pra cadáver
por uma merda de um samsung j7 prime
anunciei o assalto no ponto, correu como reação
não quis perder o bem que tava pagando prestação
me senti tirado, atirei pelas costas, vi que faleceu
virei um covarde que matou alguém com padrão de vida igual o meu
fiz uma mãe, pobre como a minha, aos prantos, desmaiar
porque queria colar no fluxo com as minas pra gastar
na adrenalina fugi, me sentindo bandidão
colei no bar contando vantagem: reagiu? derrubei o cuzão
me gabava quando começou a cobertura da mídia
era um estudante indo trampar pra ajudar no aluguel da família
com a cocaína nos neurônios fazia sentido
mas conforme o efeito foi passando fui me vendo arrependido
enquanto a civil me identificava, ouvia meus parentes
as cenas do bo me corroía, martelava minha mente
que merda que eu fiz? com tanto banco, hotel granfino
fui escolher um da minha classe pra meter um latrocínio
polícia invadindo a quebrada tentando me encontrar
cobertura intensa da imprensa, resolvi me entregar
fui motivado, não pelo cercos dos porcos
mas porque já estava tirando perpétua na prisão do remorso
sou réu confesso, apertei o gatilho
cego desorientado, fui fantoche do rico
por derramar o sangue de um dos nossos
mereço perpétua na prisão do remorso
sou réu confesso, apertei o gatilho
cego desorientado, fui fantoche do rico
por derramar o sangue de um dos nossos
mereço perpétua na prisão do remorso
olha nós roubando mercadinho da quebrada
que montaram com fgts pra não ouvir ordem da playboyzada
dando coronhada, cessando sinais vitais
pra pegar no caixa e pôr no bolso 150 reais
mó erro esperar o semelhante abrir o portão
pra enquadrar e depenar casa em zona de exclusão
sei que o estado põe na nossa mão a arma
mas arrastão no trem, no busão, pra mim, é mó mancada
lembre que é do seu povo, a ente indo pro emprego
que você pede bolsa, brinco, arranca a aliança do dedo
tem cadeia que até já deram o aviso
ladrão de fita sem futuro aqui não tem vaga, é proibido
na cela superlotada toda noite é um pesadelo
a vontade do suicídio rondava o tempo inteiro
no bonde indo pro julgamento o que me afligia
era sentar no banco dos réus e encarar a família
entre lágrimas ouvi o veredicto
que doeu menos que os gritos de: assassino! assassino!
sabia que era ’20’ pela campanha band e globo
motivo torpe, matei e nem levei o produto do roubo
vi o retrato do menino na mão dos parentes
tinha 17, uma vida inteira pela frente
por ter posto seu nome no atestado de óbito
vou cumprir pena pra sempre na prisão do remorso
sou réu confesso, apertei o gatilho
cego desorientado, fui fantoche do rico
por derramar o sangue de um dos nossos
mereço perpétua na prisão do remorso
sou réu confesso, apertei o gatilho
cego desorientado, fui fantoche do rico
por derramar o sangue de um dos nossos
mereço perpétua na prisão do remorso
sistema quer nossa inteligência pondo na mira
a cg de leilão do entregador da pizzaria
quer nós contra nós longe dos prédios do morumbi
pegando gol bola do vizinho pra apanhar outro chassi
a escola que você invade pelo computador
é a única chance de vitória do sofredor
pra ter uma creche na área demora décadas
e nós rouba o material didático, a brinquedoteca
atitude é túnel que vai pra tesouraria
não ‘ajudar’ idoso no banco pra catar a aposentadoria
toda vez sacamos revólver pra um favelado
que promete a pena capital, se elege como o mais votado
nervoso, vou trombar a mãe da vítima
aceitou partic~p~r da justiça reparativa
no dia não olhei nos olhos, tava envergonhado
chorando, falei quanto queria voltar no passado
não acreditei quando ela segurou minha mão
em vez de ofensas, disse: você tem meu perdão
voltei pra sala desconsertado, com um certo alívio
juro, nem eu perdoaria o assassino do meu filho
fomos todos destruídos pelo plano político
que me pôs no crime, me fez apertar o gatilho
deixou de um lado entes matando saudades com foto
e de outro um eterno matriculado na prisão do remorso
sou réu confesso, apertei o gatilho
cego desorientado, fui fantoche do rico
por derramar o sangue de um dos nossos
mereço perpétua na prisão do remorso
sou réu confesso, apertei o gatilho
cego desorientado, fui fantoche do rico
por derramar o sangue de um dos nossos
mereço perpétua na prisão do remorso
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