lirik lagu atentado napalm - the cypher respect 3
[intro]
dj mall no beat
[verso 1: eko]
eis a obra mais rara do mundo
da vinci no vídeo pintando a 60 quadros por segundo
no dedo o anel de saturno, a sua mente agora eu inundo
esse verso é só gota d’água, eu trouxe o baikal, um lago profundo
vem!
de pé igual suricate numa pradaria
onde levam nossos sonhos tipo padaria
o seu pis ou a pistola, o que sacaria?
quem não é cabelo avoa, tipo zacarias “hã”
pelas ruas da quebrada eu desci, dou um salve
num moleque boca suja igual derci gonçalves
a meta é não ser preso, ele busca ser melhor
um olho na justiça e um na grana, cerveró
big bang social poderá ser um astro, já tem na conta
pais trabalhando demais, igual sol e a lua, nunca se encontra
só cara de bandido aqui nenhuma barbie há
o crime não é o creme, muito menos o de barbear
eu peco amor, das mãos do eko a dor
nas linhas que te cortam ao meio tipo a do equador
sem compressão já racha, muita pressão na caixa
novos beatles chamam atenção na faixa
[verso 2: daniel shadow]
time pesado, plano pensado na calma
fui convocado, tô fechado com atentado napalm
é campo minado, selva de ego, eu quero a liberdade
de cantar com a alma pra quando eu for, só deixar saudade
lembrei de cada palmo que andei
ás vezes, ch0r-i e me senti só
a estrada é perigosa e sem lei
e quando cansei, vi que era maior
tive que crescer sem pai, não olhei pra trás
jamais vou deixar de usar minha voz, nós por nós
descansem em paz, todos guerreiros
combatem generais que escoltam dinheiro
não são tempos de paz… mira bem, bang
enquanto eles falam bem mais do que são
os nossos valem bem mais do que tem
nós ainda é alta voltagem
só vírus de alto contágio
pra valer a vinda
a mensagem não vinga se o discurso é frágil
ágil na pista, vida é viagem, ponto de vista é projétil
não duvida de um sonho, moleque
amanhã é um sólo fértil
[ponte: daniel shadow]
no meio da neblina, um raio
cê já sabe quem é
dowsha é at-tude, né… rap é robin hood
não é guerra fútil pra ver quem mais curte
é a revolução que ressurge, fé!
[verso 3: gigante no mic]
eu vou matar quem gosta de fingir
quem não se defende vai virar defunto
minha vingança vai ser um prato frio
por isso que eu tô encomendando presuntos
o que não falta no rap é cusão que fala bonito e nunca diz nada
que se foda meu palavreado
tô vendo bem poucos homens de palavra
dou aulas com ensinamentos
da pré história até o pós conceito
respeito a cultura do gueto
que soe de esquerda lutar por direitos
o mundo de perna pro ar no inferno que há
num inverna pra cá
cês pode votar, eu só quero fumar, cês vão me julgar, mas eu só vim jogar
não tô falando que eu vou mudar o mundo
igual tupac eu só falei que o mundo tem que ser mudado
cobram postura, sou só um vagabundo
eu nunca mais neguei, que todos somos culpados
caí e me levantei a queda não me deixou mágoas
fui ao fundo do poço em busca de novas águas
a corda no pescoço foi usada pra escalada
quase me enforquei mas cheguei no topo do mapa
vendo o além que é logo ali
rezando por um punch eu rogo a ali
estilo de mohamed, nômade eu vim
criando poesia igual um rakim
o rap se tornou o alcorão daqui
com a recitação de poemas -ssim
que deus seja dignificado
e o significado eu entendo pra mim
sua verdade é referencial
seu herói é superficial
mas que se foda o reverêncial
senhor o caralho, o estado é tão fraco
que a força é policial
[verso 4: kayuá]
motivação pras ruas
relatos soem como conquistas
lembro das noites mal dormidas
pareciam não ser ouvidas
orações sem respostas
mas das linhas veio comida
antes de eu ser uma das apostas
e me perguntam porque tão agressivo?
olha de onde eu vim pra ser diferente
ainda não vi motivo
quantas vezes fingi não ter fome por faltar o do lanche
hoje olhar meu prato cheio da a sensação de revanche
algumas noites mal dormidas mas na estrada
vivendo de faixas não de fachada, nem -ssunto
só onde eu piso
quem era promessa reclamando do que não é justo
enquanto eu fiz o justo aumentando o quanto custo
[ponte: daniel shadow & kayuá]
no meio da neblina um raio
cê já sabe quem é
gigante da norte
[verso 5: cachola]
me sinto atemporal no verso, escrevo sobre as rugas do universo
como se fossem as linhas do caderno onde to imerso
enxergando a verdade enquanto os tolos tão dispersos
deforma o espaço tempo desse mundo tão perverso
mcs do além
nosso verso tem
fragmentos de pedaços do big bang
as rimas e batidas se encontram que nem
planetas colidindo vindo a mais de cem
hey, stefanie, aqui kayuá mais quem?
shadown o atentado convocou, nós vem
óculos de radiação pros irmão, nós não para, se prepara pra outro big bang
fei’, ahn
nós é fora da nave
acabou o oxigênio e nós tava suave
eles acharam a porta, mas não conseguiram entrar
não tem moral com o universo, nós que tava com a chave
ahn, perdido numa ilusão
não se pode ver o tempo e nem pegar com a mão
não se pode ver o espaço e tocar com a mão
mas continuam existindo, você queira ou não
presos na dimensão da maldade
não conseguindo ver a verdade
eu me desprendo da realidade
rompendo o espaço tempo com minha sagacidade
desde a física clássica até a quântica
sem a sua visão romântica e velha presa em formol
pt, psdb, partido islâmico ou interpol
nossas casas ainda giram em torno do mesmo sol
[verso 6: stefanie]
chego num boom bap pesado lembrando os anos 90
se o corpo tava parado agora já se movimenta
rap corta como faca de dois gume, te orienta
não adianta dá uma de macho se é tua mãe que te sustenta
ostenta, quer menta, no seu não vai pimenta
saiba seu lugar de fala se não sabe o que uma mulher preta enfrenta
nem argumenta com seu textão
que fico sonolenta e sei que quer mesmo é chamar atenção
se não sabe nada do meu universo
cara, gente branca não existe racismo reverso
muito pra esclarecer, o egito escurecer, não tá na minha pele
se pensa em fugir, lembre da coragem de marielle
presente, pois somos s-m-nte, não entende a dor da chibata
rima bem feita igual nó de gravata, que também mata
viva bambaataa, stefanie!
aperto de mão firme, me define, zéfini!
[interlúdio – scratches: dj gio marx]
tô numa luta cansativa como jamais estive
[verso 7: buneco]
o rap já foi “lean back” hoje o -ssunto é lean e beck
din e mac, eu ainda toco nos pontos vitais dim mak
pelos campo minado, escapei da cilada bino
vi o pó fazendo strike, ruas forradas de pino
tipo tom hanks vivo um náufrago, mas sobrevivi na ilha
vendo a humanidade morrer na praia igual os bebes da síria
o rap foi o caminho, fugi de um beco sem saída
onde os sonhos custam caro, os meu tô pagando com a vida
hoje não é pra arrumar emprego que eu to dando entrevista
vesti a camisa do rap, não vou esperar que ele me vista
não foi por fama de artista, vim por minha city no mapa
e quando eu for capa de revista, tu pode me julgar pela capa
cês prenderam emicida, depois mataram marielle
quem é dedo na ferida, no final sempre se fere
ainda somos a mosca na sopa que o sistema repele
noiz mata um leão por dia, queremo os casaco e pele
corrupção gerando ibope pra novela e seriado
é o novo mecanismo usado pra te manter alienado
estado é igual banheiro público, ambiente toxico
sentam no trono fazem merda depois dão lugar ao próximo
e o povo no ócio, até o rap ficou dócil
fim do braggadocious -ssina os cheque viram sócios
eu tô ligado que negócios são negócios
mas inimigo enterrado ainda é o meu combustível fóssil, ruh
[ponte: buneco]
estúdio nocentro
atentado napalm
os humilhados serão exaltados
somos a voz dos excluídos
o rap é minha vida
scratch é música pros meus ouvídos
[saída – scratches: dj gio marx]
o rap ainda é dedo na ferida
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