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lirik lagu a familia - faveláfrica

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a familia-faveláfrica

certa noite ouvi gritos, estridente e dolorosos
os gritos eram de tamanha dor,e tortura
que eu me aproximei, daquela triste e bela mulher
negra,e perguntei o que havia

ela cheia de dor magua e tristeza
respondia:
lá vem ele, lá vem ele, lá vem ele, lá vem ele
não compreendendo eu perguntei ele quem? ele quem?
melancolicamente ela abradava

o ensano genocida,carasco afanador de vidas vai levar meus
filhos inocentes por esses mares em tristes correntes
castigo sangue porões pelourinho chibata grilhões
filho do odio parasita ospedeiro filho do mal
chakal condutor do pesadelo
lá vem ele, lá vem ele, lá vem ele, lá vem ele
e ainda sem compreeder novamente perguntei
mas ele quem? ele quem? ele quem? ele quem?

a mãe africa arduamente incansavelmente respondia
o chakal carniceiro abutre bandido do estrangeiro
destruindo nossos filhos simplesmente por dinheiro
ele é! o navio negreiro

reflito e sinto pena, daquela preta ingênua
que aceita ser chamada, de mulata ou morena
valença, valença, valei-me meu grande deus, de tanta inconsciência
porque ela se esqueceu, do tapa na cara, a dor da chibata

o tronco a senzala
na boca amord-ssa, da preta anastácia
chefe ganga zumba, zumbi e dandara
o racismo não p-ssa, é tudo fachada
é jogada armada
é tapa na cara, da nossa raça
o corpo na vala, a rota que p-ssa, polícia que mata
mais um preto arrasta, o capitão lá da mata
do branco a risada, racista piada

é mesmo uma praga,pra mim isso basta,
tô pegando minhas facas
minha língua é navalha, palavra que rasga
e fogo que se alastra, deflagra e conflagra
mas não quero só fala, eu parto para prática

olha lá no templo o irmão desiludido
louco muito louco por um pouco de alívio
sacaram de uma sacola era esmola era o dízimo
fogueira fumaça carvão, forca fogo a inquisição

católica religião, demagogia preconceito
eu vejo o desrespeito simplismente eu não aceito
miscigenação forçada, mãe áfrica estuprada
nunca descobridores, invasores só c-n-lha
torturaram minhas raízes e nos deram as marquises
agora surgi o revide,o gato preto lhe agride

o guerreiro vai atacar, yalorixá yoruba
keto e nação banto, nago povo africano
nos roubaram a riqueza, a beleza a n-breza
a terra a natureza, desimaram a realeza

arquitetura, estrutura, medicina e cultura
diamantes agricultura, e todo poder de cura
na minha religião,a inquisição e tortura
o ataque o m-ssacre, o abate os combate

as brigas as intrigas na serra da barriga
negros combatentes luzitanos covardes
a trincheira tá armada a arena e palmares
católica covarde, com o apoio do padre

resultado do pecado, esticado lá na esquina
pro negro só chacina, nos roubaram a auto estima
ter cabelo crespo, e vergonha pra menina
so somos lembrado, no pesado ou na faxina

luther king, zumbi, marighela,malcon x,
e nelson mandela
o povo preto avante na guerra
sabotage e jr abujamal e donisete

eu quero a parte que nos cabe, eu quero a parte que nos cabe
eu quero a parte que nos cabe
e o reparo dos masagres

dr rui barbosa de mente majestosa ação mediculosa
pra mim foi criminosa
fogo nos doc-mentos fogo em toda prova
fogo na minha vida fogo na minha história

devastaram o império, saquiaram o minério
era a peste branca, apoiada pelo clero
mais eu quero, quero, e espero, sigo reto meu critério
porque?
chicote rasgou corpo, sangue rolou no rosto
o carrasco achou pouco, era sangue de um porco
-ssim ele dezia,o chicote, chibata descia

o irmão traidor, me persegue no asfalto
hoje quatro rodas, mas ontem cavalo
hoje é polícia, ontem capitão do mato
fato do meu p-ssado, não me faço de rogado

conheço, reconheço, muito bem todos esses fatos
não me sinto derrotado, vou além conquisto espaço
o preto não é aceito,é simplesmente tolerado
quero a parte no meu prato, do bolo meu pedaço

patroa muito boa, falsa como um dragrão
escraviza “seu” joão
se gosta da maria, de v-ssoura na mão
no tanque lava roupa, e a barriga no fogão
uma falsa dialética de forma sintética

ausência de ética, falando em estética
negro marcado, int-tulado plebeu
a áfrica não vale, só padrão europeu
diz que o branco é bonito,o feio aqui sou eu

o professor me fale, dos meus líderes,meus martires
chega de contrastes, ascenção sociedade
quero a parte que me cabe educação e faculdade
não quero as calçadas, eu preciso é de aulas

trabalho informação, não um copo de cachaça
o tolo quer maconha, eu prefiro um diploma
informado, doutorado, diplomado,e graduado
igual a milton santos, foi lá no p-ssado

eu parto pro debate, digo não à todas grades
incentivo o ataque, agrupamento pro combate
quero reparação, por todo m-ssacre
e se eu sou oitenta, cota oitenta pra minha cl-sse

e pra você ouvir, eu vou lhe repetir
quero a parte que me cabe, quero a parte que me cabe
eu quero a parte que me cabe e o reparo dos masacres

eles querem guerra eu quero é paz
mas se quer eu quero é mais defender meus ancestrais
e por isso corro atras gato preto é sagaz
bola plano eficaz destruindo os capatais
porque?
criaram novos termos, camuflando o preconceito
fingindo encobrindo, o desastre que causou

pretinho, moreninho, mulato homem de cor
não aceito eu sou negro, eu sou afro-brasileiro
herdeiros de zumbi, eu também sou guerreiro
cartola, mandela, portela, marcos garvei, marighela

revolta da chibata a revolta dos malés
desmontutu minha nação gege
meu black, minhas tranças, referencia pras crianças
minhas tranças, o meu black, referencia pros moleques

candomblé, capoeira, feijoada caseira
foi mãe africa quem criou
besteira muita asneira, o livro já falou
princesa isabel,puta ,
nunca libertou


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